Boca Juniors e River Plate são os mais tradicionais clubes de futebol da Argentina. Mas nas ruas do centro da cidade de Buenos Aires é o Corinthians quem protagoniza vitrines e mentes de torcedores e vendedores ao lado da equipe da Bombonera. A quatro dias do primeiro jogo da final da Taça Libertadores, artigos do Timão começam a se multiplicar. Em uma loja na famosa Rua Florida, o cachecol (bufanda para os argentinos) do clube está ao lado do modelo do Boca e custa 55 pesos (R$ 23). Foi uma encomenda feita assim que a equipe do técnico Tite eliminou o Santos e se tornou finalista.
– Por enquanto só temos isso, mas sabemos que vai vender bem. Até porque vai estar frio no jogo – previu a vendedora Sabrina Avila, que namora um baiano residente em Buenos Aires.
Outros times brasileiros também estão presentes na loja: Santos, Palmeiras, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Grêmio e Internacional. Porém, suas “bufandas” se encontram escondidas, sem grande destaque e só no lado interno.
“Minha vida, meu amor” são os dizeres do cachecol corintiano à venda. A vendedora afirma que a frase facilita a vida dos argentinos, pois é facilmente traduzida. Mas por que argentinos comprariam coisas do Timão?
Sim, torcedores do River Plate, maior rival do Boca, estão ajudando a espalhar o Corinthians pela cidade. Ainda mais eufóricos com o acesso de seu time à primeira divisão depois de um ano, os milionários, como são conhecidos os fãs do River, encontram tempo para secar o rival e apoiar os brasileiros.
– Eles estão comprando, sim. A rivalidade é importante aqui e com certeza a torcida do Corinthians vai ser maior do que os que vêm do Brasil.
Camisas, no entanto, ainda não são encontradas, nem mesmo nas inúmeras lojas de uniformes piratas que ficam no centro de Buenos Aires. Mas a expectativa é de que até quarta-feira os corintianos, ou os ‘antiBoca’ já consigam encontrar o manto alvinegro para desfilarem por Buenos Aires.
Por Alexandre Lozetti e Sergio Gandolphi
Direto de Buenos Aires