Donos de 300 fábricas de roupas em Bangladesh fecharam suas portas indefinidamente neste sábado, após dias de protestos salariais violentos por trabalhadores, ameaçando a maior exportação do país, já impactada pela crise global.
A decisão de fechar todas as fábricas em Ashulia, uma das principais zonas industriais do país na periferia de Dhaka, ocorreu depois de as negociações entre trabalhadores e proprietários não conseguirem romper o impasse.
"Fomos obrigados a fechar todas as nossas fábricas em Ashulia", disse Mohammad Shafiul Islam, presidente da Associação de Fabricantes e Exportadores de Vestuário de Bangladesh.
"Tentamos resolver a questão (de aumento salarial e outros benefícios) amigavelmente através de discussões, mas os esforços não deram resultados", disse ele em coletiva de imprensa.
Testemunhas disseram que a polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha e usou canhões de água para dispersar os trabalhadores durante cinco dias de confrontos. Cerca de 250 pessoas, incluindo policiais foram feridas e ativistas depredaram dezenas de veículos e barricaram uma importante estrada.
"Tivemos que tomar medidas duras para restaurar a ordem, já que os trabalhadores não iria parariam a violência", disse um policial de Ashulia.
Os trabalhadores estão exigindo salários mais altos após um aumento nos preços dos alimentos e de utilidade. Após violentos protestos em 2010, Bangladesh quase dobrou o salário mínimo para milhões de trabalhadores do setor de vestuário para 3 mil taka (37 dólares) por mês.
No sábado, autoridades reforçaram o policiamento em Ashulia temendo que as fábricas fechadas pudessem ser atacadas e vandalizadas pelos trabalhadores.
(Reportagem de Anis Ahmed e Ruma Paul)
ROUTERS