Depois do Senado, foi a vez da Câmara conseguir, nesta terça-feira, reunir as assinaturas necessárias para instalar a CPI do caso Cachoeira.
A CPI será mista, com presença de deputados e senadores e vai investigar a relação do empresário de jogos ilegais Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos, servidores públicos e empresários.
Até agora, 272 deputados assinaram o requerimento. O mínimo de apoio para a instalação da CPI é de 171 assinaturas.
No Senado, o documento conta com o apoio de 28 parlamantares –o mínimo é 27.
Na Câmara, foram 78 apoios do PT; 46 do PMDB; 50 do PSDB; 16 do PR; 25 do PSB; 11 do PC do B; 27 do DEM; 16 do bloco PV/PPS e 3 do Psol.
Todas as assinaturas devem ser reunidas para que o documento seja protocolado oficialmente na secretaria-geral da Mesa do Congresso. Depois disso, as assinaturas são conferidas. O requerimento precisa ser lido em sessão a ser presidida pela vice-presidente do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), já que o presidente José Sarney (PMDB-AP), pediu licença do cargo..
Mais cedo, a deputada disse que seguirá o regimento. "Não fugirei de nenhum dos meus deveres. Se a Casa optou por fazê-lo, evidentemente que tem que ser feito", afirmou.
Entre as relações que devem ser investigadas pela CPI está a ligação de Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM). Interceptações telefônicas feitas com autorização judicial indicam que o parlamentar atuava no Congresso em favor do empresário.
Outras gravações revelaram o envolvimento de servidores públicos do Incra e de funcionários dos governos estaduais de Goiás e do Distrito Federal.
A expectativa é que a CPI saia do papel nesta quinta-feira.
F.COM
MARIA CLARA CABRAL