quinta-feira, 07/11/2024
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Saiba como chegar aos 55 anos com R$ 1 milhão

Aos 21 anos, Felippe Oliveira Bartalo já é um veterano em investimentos: começou a poupar aos dez anos, por iniciativa própria.

"Pedi aos meus pais para abrir uma poupança. A partir daí, preferi sempre dinheiro a brinquedo de Natal ou aniversário", diz o estudante de engenharia mecânica, que dá aula particular de matemática e mora com a família.

Adolescente, Bartalo começou a pesquisar sobre finanças pessoais e abriu uma conta em uma corretora, mediante autorização dos pais. Desde então, diversifica os investimentos em ações (70%) e renda fixa (30%), e, principalmente, controla os gastos.

O jovem crê que se aposentará com independência financeira –sonho de muitos, e planejado por poucos.

O quadro abaixo traz simulações que mostram que começar a investir cedo reduz o esforço mensal de poupança. Foi estipulada uma meta de R$ 1 milhão (valor bruto) a ser alcançada aos 55 anos em três tipos de aplicação: o primeiro com um perfil mais conservador (baixo risco), o segundo com risco intermediário e o terceiro, arrojado (maior risco).

A taxa real de juros, descontada a inflação projetada do período e que remunera o investimento, aumenta junto com a exposição ao risco.

Mario Kanno e Paulo Crumbim/Editoria de Arte

A primeira aplicação, em títulos do governo (Tesouro Direto), prevê juro real de 4,5% ao ano. A segunda, em títulos privados de renda fixa (como CDBs de bancos), tem 5,5% ao ano de juro. E a terceira, em renda variável (ações), taxa de 6,5% ao ano.

Assim, quanto mais agressiva a aplicação, menos dinheiro por mês o investidor precisa poupar em busca de seu objetivo, pois os recursos rendem mais. Mas vale lembrar que, em caso de crise financeira, como a de 2008, aplicações mais conservadores sofrem menos impacto.

Os cálculos mostram que quem começa o investimento mais conservador aos 45 anos precisa aplicar por mês, para atingir a meta aos 55 anos de idade, mais de três vezes o projetado para os 30 anos e mais de sete vezes o estimado aos 18 anos.

Na opção mais arrojada, em que há mais efeito dos juros ao longo do tempo (pois as taxas, que multiplicam o dinheiro, são mais altas), as diferenças aumentam. O valor mensal para quem começa aos 45 anos é mais que o quádruplo do recomendado aos 30 anos –e mais de dez vezes o estimado aos 18 anos.

Mario Kanno/Editoria de Arte

Se uma aplicação financeira for iniciada pela família para beneficiar uma criança ao nascer, esse futuro investidor poderá alcançar a meta mantendo poupança mensal que representa de 2,83% a 5,39% do valor projetado para quem começa aos 45 anos (dependendo da aplicação).

"As pessoas, muitas vezes, não se propõem a poupar R$ 1 milhão porque acham o valor alto, mas é possível para qualquer um, principalmente se o planejamento tem início cedo", diz Mauro Calil, educador financeiro, que fez os cálculos para a Folha.

"Uma estratégia é começar com metas menores, como R$ 20 mil e R$ 100 mil. Depois que o bolo começa a crescer, fica mais fácil", acrescenta.

Os especialistas ponderam que R$ 1 milhão não significa independência financeira para todos; isso vai depender do padrão de vida e, no momento da aposentadoria, da situação econômica do país.

"Essa quantia, se bem empregada, ajuda a trazer tranquilidade. Em renda fixa, rende hoje cerca de R$ 4.000 por mês", afirma Erasmo Vieira, consultor da Planilhar Planejamento Financeiro.

F.COM
CAROLINA MATOS

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Parmenas Alt
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