Quase 1.400 quilômetros quadrados da Amazônia Legal estão em alerta devido ao desmatamento. Os dados entre agosto refletem a captação de imagens por satélite entre agosto de 2011 e março de 2012.
De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente divulgados nesta quinta-feira, o número é praticamente o mesmo do período anterior, entre 2010 e 2011, quando 1.340 quilômetros quadrados estavam sob ameaça.
No mesmo período, três estados se destacaram negativamente, com porcentagens crescentes nos níveis de desmatamento.
O caso mais grave está em Roraima, onde houve aumento de 363% da área devastada.
No entanto, de acordo com a ministra da pasta, Isabella Teixeira, os números absolutos para esta região não chegam a ser relevantes.
"Mesmo assim, o resultado chamou a nossa atenção e já estamos em campo, com a Polícia Federal e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para detectar o perfil desse desmatamento", afirmou.
Segundo a ministra, há várias indicações de que o problema se dê por uma migração da atividade madeireira do Pará para Rondônia.
No Mato Grosso, destaque desde o ano passado pela extração em grandes áreas, houve novo aumento dos registros de desmatamento, chegando a 96% entre agosto de 2011 e março de 2012 ao comparar com o ano anterior.
O Ministério do Meio Ambiente justifica o resultado pela dificuldade de captação das imagens no fim de 2011 pelo satélite Deter (Sistema de Detecção em Tempo Real). O que fez com que as áreas afetadas fossem capturadas pelas imagens apenas no início deste ano e computadas de uma só vez.
"Não temos crise de desmatamento como no ano passado. Não tem aumento do desmatamento e estamos colocando mais fiscais em campo para não sermos surpreendidos como fomos no ano passado em Mato Grosso", disse.
O último estado que registrou crescimento no número de áreas em alerta foi Rondônia, com 9,7% de aumento de agosto a março, frente mesmo período do ano anterior.
A ministra informou ainda que segundo pesquisas de dos profissionais que vão a campo, muitos dos proprietários das áreas afetadas dizem desmatar porque acham que a aprovação do Novo Código Florestal pode anistiá-los. Muitos outros, imaginam que o Ibama não tem mais competência para fiscalizar e aplicar multas.
JULIA BORBA
DE BRASÍLIA