O Departamento de Estado americano classificou como "ridículas" as eleições parlamentares convocadas pelo ditador da Síria, Bashar al Assad, nesta terça-feira. A instituição ainda pediu o fim da repressão para que possa ter início um diálogo político.
"Celebrar eleições rotineiras para um parlamento sem questionamento algum, em meio à violência que estamos vendo no país, é ridículo", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
A representante americana lembrou a necessidade do fim da violência como o primeiro passo. Ela também relatou que os Estados Unidos possuem informações de que o regime sírio teria instalado minas terrestres nas rotas de escape usadas pelos refugiados para ir às fronteiras de Turquia e Líbano.
"A questão número um é acabar com a violência. Se podemos fazer isso por um dia, uma semana ou um mês, podemos começar com o passo seguinte que é o fornecimento de ajuda humanitária, mas também oferecer espaço para um diálogo político que leve a um processo de transição real".
Nuland ainda disse que a secretária de Estado, Hillary Clinton, mantém contatos diários com o enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas), o ex-secretário-geral Kofi Annan, para monitorar a situação no país árabe.
A porta-voz também anunciou que os Estados Unidos recusaram a proposta russa que convence Damasco a permitir a entrada de observadores internacionais, caso haja fim da violência do regime quanto dos rebeldes.
"Nós recusamos qualquer equivalência entre os assassinatos premeditados da maquinaria militar governamental e as ações dos civis que estão sob assédio e se defendendo".
ELEIÇÕES
Mais cedo, Assad anunciou a realização de eleições legislativas no dia 7 de maio, em meio ao conflito entre oposição e regime que dura um ano, de acordo com a agência de notícias local Sana.
As autoridades esperavam realizar estas eleições no final de 2011, com a promessa de legislativas "livres e transparentes".
Estas seriam as terceiras eleições legislativas na Síria desde a chegada de Assad ao poder em 2000.
Nas últimas legislativas, em abril de 2007, a Frente Nacional Progressista (FNP) –coalizão liderada pelo partido Baath no poder– venceu, sem surpresas, a maioria das 250 cadeiras do Parlamento.
As eleições na Síria foram denunciadas pela oposição e pela comunidade internacional como uma "farsa".
F.COM