A Polícia Federal cumpriu ontem em Mato Grosso um mandado de busca e apreensão em uma firma de contabilidade em Alto Araguaia, a 426 quilômetros de Cuiabá, na Operação Copa, contra roubo de cargas e carretas.
A operação, desencadeada pela PF em Minas Gerais, teve ações em quatro Estados, nas cidades de Jataí (GO), Alto Araguaia (MT), Uberlândia (MG), Sumaré, Porto Ferreira, Paulínia, Vinhedo e Americana (SP).
A firma de contabilidade em Alto Araguaia, cujo nome não foi divulgado, existe juridicamente como filial da Nicolas Transportes, cuja sede fica em Jataí, esta sim envolvida com a quadrilha investigada, conforme o delegado federal Ramon Almeida da Silva, da Delegacia de Combate aos Crimes Contra o Patrimônio (Delepat), que liderou a operação no Estado. No entanto, na prática apenas é responsável pela vida contábil da Nicolas em Mato Grosso. “Mas vamos investigá-la, para ver se comete irregularidades ou não”, afirma o delegado.
A quadrilha, conforme a PF, rouba carretas e cargas diversas, principalmente em São Paulo e Minas Gerais.
“Agora, estamos trabalhando para chegar aos receptadores”, explica Silva.
Está em Mato Grosso, segundo ele, apenas uma ponta do bando que é muito mais forte na região Sudeste.
“Recolhemos muito pouco material aqui, alguns extratos de movimentação de cargas e compra e venda, além de documentos chamados conhecimento de cargas”, diz o delegado.
A empresa de contabilidade registrou em 2005, de acordo com a PF, 75 viagens de transporte da Nicolas, de óleo vegetal, e em 2006, a mesma quantia. Isso é o que existe registrado. Com saídas para localidades diversas.
As investigações que culminaram com esta operação começaram em julho deste ano, como desdobramento de outra operação – a Rei da Sucata -, realizada no início deste ano a partir de investigações sobre uma quadrilha que desmanchava caminhões para venda de peças.
No país, ontem, foram presos 13 envolvidos dos 16 mandados de prisão expedidos.
Conforme a PF, o grupo estava bem articulado, tendo especialistas em falsificação à disposição para esquentar documentações.
A distribuição da carga roubada era feita por meio de galpões, transportadoras, atacadistas, postos de combustível e outros, utilizando notas frias para viabilizar a venda.