O Irã poderá encerrar suas vendas de petróleo a outros países europeus além de França e Reino Unido, se a Europa continuar com as "ações hostis" contra Teerã, disse nesta segunda-feira o presidente da companhia nacional petroleira do Irã, Ahmad Ghalebani.
Citado pela agência Mehr, Ghalebani mencionou a Alemanha, Espanha, Itália, Grécia, Portugal e Holanda como "alvos potenciais da medida", em represália pelo embargo decidido em janeiro pela UE (União Europeia) sobre a compra de petróleo iraniano, que foi mais um reforço às sanções contra o controversdo programa nuclear do Irã.
Na quarta-feira (15), a Press TV, emissora iraniana que transmite em inglês, havia anunciado a interrupção das exportações de petróleo para seis países europeus –Holanda, Grécia, França, Portugal, Espanha e Itália– em retaliação às sanções às importações impostas pela UE. No entanto, Teerã negou em seguida as informações.
Em 4 de fevereiro, o ministério iraniano do petróleo havia antecipado que o país certamente cortaria as exportações para "alguns" países da Europa.
Ontem, o porta-voz do ministério iraniano de Petróleo, Alireza Nikzad, anunciou oficialmente a suspensão das vendas de petróleo às companhias petroleiras francesas e britânicas. A notícia foi oficialmente divulgada através do site do Ministério.
Os 27 países-membros da UE (União Europeia) decidiram parar de importar petróleo de Irã a partir de 1º de julho por conta do impasse em torno do programa nuclear do país, que o Ocidente acredita ser destinado à construção de bombas –fato negado pelo Irã.
PROGRAMA NUCLEAR
No sábado (18), navios de guerra iranianos entraram no mar Mediterrâneo para "mostrar o poder" da República Islâmica, em um momento de crescente tensão do país com Israel pela crise nuclear e os atentados anti-israelenses na Índia e na Tailândia.
O anúncio da presença da marinha iraniana no Mediterrâneio foi feito pelo comandante-chefe da marinha, o almirante Habibolá Sayyari, após os navios atravessarem o Canal de Suez, conforme citado pela agência oficial Irna.
Ao mesmo tempo, o principal negociador do Irã para os temas nucleares, Said Jalili, propôs em um encontro das potências do grupo 5+1 –Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha– a retomada na "primeira oportunidade" das negociações sobre o programa nuclear iraniano, sempre e enquanto forem respeitados seu direito à energia atômica com fins pacíficos.
O chanceler britânico William Hague, por sua vez, afirmou na sexta-feira que as ambições nucleares do Irã poderiam desencadear uma "nova Guerra Fria", mais perigosa que a dos países ocidentais com a ex-União Soviética.
F.COM