sábado, 23/11/2024
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Vaga no Conselho da ONU continua aberta após 2 dias de votação

A Venezuela ficou muito atrás da Guatemala em 21 votações e conseguiu um empate nos dois dias do processo. Nenhum país obteve os dois terços dos votos da Assembléia Geral da ONU, exigidos para a vaga rotativa no Conselho de Segurança.

A votação deverá ser retomada na manhã de quinta-feira. Mas antes disso, o grupo latino-americano e caribenho, formado por 32 países e dividido entre Venezuela e Guatemala, faz uma reunião informal nesta quarta-feira para debater o impasse.

A votação surpreendeu delegações, pois na semana passada muitas previam que a Venezuela teria vantagem ou até mesmo ganharia, por causa ou apesar do apoio norte-americano à Guatemala.

Armado com petrodólares, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, tentou formar uma aliança na Ásia, África e Oriente Médio para desafiar os interesses de Washington. O fracasso em conseguir uma vaga no Conselho de Segurança vai representar um retrocesso às suas ambições de conseguir um papel mais importante no cenário internacional.

Mas, apesar da confortável vantagem da Guatemala, Chávez disse que não tem intenção de retirar a candidatura do país e descreveu a votação como um confronto com os EUA.

“Digo para eles e para o mundo todo que a Venezuela vai continuar lutando esta batalha”, afirmou Chávez durante encontro com uma delegação chinesa em Caracas na terça-feira.

EUA, Rússia, Grã-Bretanha, França e China têm assentos permanentes no Conselho de Segurança, formado por 15 membros. As outras vagas são provisórias, com mandatos de dois anos.

Guatemala e Venezuela querem a vaga da América Latina que a Argentina deixará em 31 de dezembro. O Peru continua no conselho até o final de 2007.

Chávez foi muito criticado pelo discurso de setembro na ONU, em que chamou o presidente dos EUA, George W. Bush, de “demônio”.

“Muita gente considerou isso de mau gosto”, disse o embaixador da Tanzânia, Augustine Mahiga. Mas ele ressaltou que a Guatemala já poderia ter conseguido a vaga se os EUA não tivessem feito tanta campanha pelo país.

O ministro das Relações Exteriores da Guatemala, Gert Rosenthal, disse que, pela tradição, a Venezuela deveria retirar-se por estar atrás na votação.

“Mas também estamos preocupados com a integridade da Assembléia Geral”, declarou Rosenthal na terça-feira. “Não vamos lutar por semanas e mais semanas. Queremos ver como isso se desenvolverá nos próximos dias”, antes de decidir o que fazer.

O embaixador da Venezuela na ONU, Francisco Arias Cardenas, disse a repórteres na terça-feira que seu país só desistirá da candidatura se o presidente Bush e seu embaixador na ONU, John Bolton, encerrarem sua campanha de “extorsão” a favor da Guatemala.

Em resposta, Bolton disse: “Eu percebo quando há intimidação. E isso não está acontecendo por parte dos Estados Unidos.”

“Pode-se tirar uma conclusão: a Venezuela não vai ganhar. Então a questão é se a decisão de continuar nos levará ao campo de recordes.”

Em 1979, uma disputa entre Colômbia e Cuba teve 155 rodadas. O México surgiu depois como o candidato de consenso. O Chile já está procurando um novo candidato.

Em outras regiões, África do Sul, Indonésia, Itália e Bélgica receberam na segunda-feira os votos necessários para mandatos de dois anos no conselho, a partir de 1o de janeiro.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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