Cientistas que buscam o bóson de Higgs afirmam ter reduzido a região onde a chamada “partícula de Deus” possa estar. O anúncio foi feito hoje (13), no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em inglês), em Genebra. Os novos resultados mostraram que é mais provável que a partícula seja encontrada seja encontrada nas faixas de menor energia – de 116-130 GeV pelo experimento ATLAS e CMS por 115-127 GeV.
Fabiola Gianotti, física da equipe do ATLAS afirmou que "a região mais quente", a mais provável, está num espaço de pouca energia. "É muito cedo para tirar conclusões. São necessários mais dados e estudos, mas acho que os meses que virão serão apaixonantes", disse Fabiola Gianotti. Ela acrescentou que o experimento para encontrar a partícula que ajudaria a explicar a origem da massa "está em uma etapa muito avançada".
Apesar de a descoberta, ou a exclusão, do bóson de Higgs ser um enorme avanço científico para o mundo da física, o CERN descartou fazer qualquer anúncio neste ano.
A informação foi dada primeiro pela equipe ATLAS e depois confirmada pela CMS. A busca pelo bóson de Higgs envolve a disputa de duas equipes de cientistas. Os pesquisadores do CMS e ATLAS procuram mecanismos, ainda não comprovados, que expliquem a origem da massa das partículas entre bilhões de colisões que ocorrem em cada experimento do Grande Colisor de Hádrons (GCH) – um projeto que custou US$ 10 bilhões (R$ 18 bilhões).
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Os resultados apresentados hoje (13) são capazes de excluir a existência da "partícula de Deus" em uma ampla gama de possíveis valores para as massas do bóson de Higgs. Por exemplo, o intervalo de 127-600 GeV está excluído com um nível de confiança de 95%. Ainda não foi possível excluir um bóson de Higgs com uma massa entre 115 GeV e 127 GeV.
Para o brasileiro Sergio Novaes, pesquisador da Unesp e integrante da CMS, mais do que restringir onde é possível encontrar o bóson de Higgs, é a demostração de excesso de eventos na região de massa equivalente a de 130 prótons. "isto significa que se o Higgs não existisse eu esperaria tantos eventos. O que provamos é que está ocorrendo um excesso, destes eventos que são raros, o que é um grande indicativo de que ele realmente exista. É algo muito promissor", afirmou ao iG. Ele afirma que no próximo ano haverá mais de qutro vezes de dados que as duas equipes têm neste ano.
O que é
O bóson de Higgs seria responsável pela massa de todas as partículas e com isto explicaria a origem de todas as massas do universo. Por isso, o bóson de Higgs também é chamado de “partícula de Deus”. Ele também pode ser a parte que falta para explicar a principal teoria da física de partículas – conhecida como Modelo Padrão – sobre como partículas e forças interagem.
De acordo com Novaes haveria um campo – que não é um campo magnético, pois não tem direção nem sentido, só intensidade – que permearia o universo e a matéria. As partículas mais leves passam por ele sem sentir nada, já as mais pesadas a sentem.
"Se for comprovado que Higgs realmente existe, será uma demonstração do genialidade humana. Pois o modelo foi desenhado inicialmente a partir da criatividade humana e está sendo comprovado a base de muita experimentação", disse.
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