quinta-feira, 07/11/2024
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Collor visita o Senado e solicita apartamento para morar

Passados 14 anos de seu impeachment, o ex-presidente da República e senador eleito por Alagoas, Fernando Collor de Mello (PRTB), fez ontem pela manhã uma visita surpresa ao Senado. De mãos dadas com sua nova mulher, Caroline Medeiros, Collor desfilou sorrindo pelas dependências do Senado, mas preferiu não dar entrevistas. Em conversa reservada com o senador Siqueira Campos (PSDB-TO), Collor confidenciou que, em sua avaliação, a campanha do segundo turno das eleições para presidente da República está morna.

“Ele (Collor) disse que não está vendo uma campanha apaixonada, com gente nas ruas”, contou o senador tucano. Há 14 anos, a população foi para as ruas para pedir a cassação do mandato de Collor. Eleito pelo minúsculo PRTB, com mais de 500 mil votos, o ex-presidente também se mostrou interessado nas discussões do Congresso sobre a cláusula de barreira, que começou a vigorar nestas eleições. Por este dispositivo, apenas os partidos políticos que obtiveram 5% dos votos apurados, distribuídos em pelo menos nove estados, têm direito a funcionamento parlamentar (direito à liderança, a participar de comissões temáticas).

“O Collor lembrou que existe um respaldo popular para a existência desses partidos, como o PC do B e o PV”, observou Siqueira Campos que, em 1992, era deputado federal pelo PDC e votou pelo impeachment de Collor. O gabinete de Siqueira Campos, que não foi reeleito, poderá ficar para uso do ex-presidente da República. Collor também já avisou que vai usar o apartamento funcional do Senado. A Casa da Dinda será usada apenas nos fins de semana.

Campanha
Nas eleições deste ano, Fernando Collor entrou na corrida para o Senado já no final da campanha, substituindo um candidato com poucas chances de vitória no pequeno PRTB. O senador eleito por Alagoas, que vai se sentar na cadeira do plenário do Senado destinada hoje à senadora Heloísa Helena (PSol-AL), já anunciou seu apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Derrotado por Collor em 1989, Lula disse, na semana passada, que o antigo adversário tem condições de “fazer um trabalho excepcional no Senado, se quiser”.

Collor telefonou na Quinta-feira à noite para o Diretor-Geral do Senado, Agaciel Maia, pedindo para visitar as dependências da Casa. Como ex-presidente da República, o regimento interno da Casa lhe proporciona a prerrogativa de escolher o gabinete. “Ele veio fazer um tour pelo Senado. Ele achou que era uma sexta-feira enforcada pelo feriado e que ia ser mais tranqüilo aqui”, resumiu Agaciel.

Além do gabinete de Siqueira Campos, Collor foi ao plenário do Senado que confirmou a cassação de seu mandato, em 1992, mesmo depois de ter apresentado sua carta de renúncia. Após a cassação, o ex-presidente ficou inelegível por oito anos. Em 1994, ele tentou candidatar-se à Presidência da República, mas não obteve registro. Collor e ainda disputou a prefeitura de São Paulo em 2000 e o governo de Alagoas em 2002, quando foi derrotado.

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Parmenas Alt
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