A violência contra taxistas na Capital parece não ter fim. Anteontem à noite, o taxista Senivaldo Bezerra da Silva, de 38 anos, foi perfurado com vários golpes de faca no pescoço no momento em que estacionava seu carro no pátio da Secretaria Estadual de Infra-estrutura (Sinfra). Ele conduzia um passageiro, que teria tentado assaltá-lo.
Uma das suspeitas é que o taxista reagiu, começou a lutar com o assaltante e levou a pior. O crime é o segundo do tipo em dois dias na Capital. Revoltados, taxistas fizeram um grande protesto ontem pelas ruas de Cuiabá (ver matéria nesta página).
No carro, policiais militares que fazem segurança na Assembléia Legislativa encontraram uma faca de mesa e um capacete, possivelmente abandonados pelo criminoso. Os PMs se assustaram com o grito da vítima, que pediu socorro.
Ao deparar com o taxista, acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que levou Senivaldo ao Pronto Socorro de Cuiabá (PSC), onde está internado em estado grave.
Para policiais da Delegacia Metropolitana da Capital, o capacete indica que o desconhecido poderia estar pilotando uma moto ou acompanhado por algum motociclista. A princípio, o criminoso nada roubou, pois os policiais localizaram, com o taxista, R$ 17 em dinheiro.
Para o presidente da Associação dos Taxistas da Capital, Antônio Bodnar, os taxistas não andam com muito dinheiro no bolso, justamente para não serem assaltados. “A recomendação é de que andem, no máximo, com R$ 50 no bolso, o que é uma forma de desestimular os assaltantes”, observou.
A informação de que um taxista havia sido esfaqueado levou dezenas de integrantes da categoria até a Delegacia Metropolitana em busca de mais detalhes do incidente. “Eles estavam revoltados com o crime. O que não é para menos. Então explicamos que ainda não temos pistas do criminoso”, disse um policial plantonista.
Familiares do taxista que estiveram no PSC disseram desconhecer o motivo do crime. Explicaram que Senivaldo não tinha inimigos e nem estava sendo ameaçado. Eles acreditam que o taxista é mais uma vítima da violência que assola a categoria.
O delegado plantonista Wladimir Fransosi informou que o caso será encaminhado à Delegacia do Complexo do Planalto. Lembrou que as poucas informações do crime foram obtidas pelos dois policiais militares que socorreram Senivaldo.
Na segunda-feira, o taxista Ideraldo de Andrade Vieira, de 44, foi executado com um tiro na cabeça no Parque Atalaia, em Cuiabá. O latrocínio (roubo seguido de morte) ocorreu por volta das 15 horas, às margens do rio Cuiabá.
O criminoso se passou por passageiro e combinou uma corrida desde um supermercado na avenida Tenente-Coronel Duarte, onde se localizava o ponto da vítima, até o local do crime. Ao chegar às margens do rio Cuiabá, nos fundos do Parque Atalaia, o criminoso assassinou o taxista com vários tiros e iniciou a fuga, dirigindo o taxi Corsa branco.