O secretário de Finanças de Cuiabá, José Carlos Carvalho Souza, em coletiva à imprensa na manhã desta terça-feira (10/10), anunciou a instauração de uma comissão para apurar, administrativamente, a confissão de desvio de recursos por parte do administrador da empresa RDM Recuperação de Créditos Ltda, Carlos Antonio Lopes Filho. O administrador, conforme levantamento preliminar, teria desviado R$ 983.458 mil, valor já rastreado e que será devolvido aos cofres públicos.
A RDM Recuperação de Créditos Ltda é uma empresa contratada pela Prefeitura de Cuiabá, desde a gestão passada (em agosto de 2002), para cobrar os tributos municipais. O administrador da RDM, Carlos Antonio Lopes Filho, sempre foi o único funcionário da empresa que tinha acesso à arrecadação. “Vamos levantar tudo que ocorreu na empresa desde maio, quando supostamente o administrador teria iniciado um golpe junto aos cofres públicos”, disse o secretário de Finanças.
Por determinação da Secretaria, desde sexta-feira a empresa não faz qualquer recebimento. “A RDM está proibida de arrecadar e é a única responsável pelo ocorrido”, resumiu o secretário. Mesmo assim – adiantou – o prefeito Wilson Santos quer rigor na apuração. José Carlos Carvalho afirmou, inclusive, que a Prefeitura estuda a possibilidade de romper o contrato com a RDM por quebra de confiança. “Apesar de a empresa ter assumido toda a responsabilidade, temos o dever e a obrigação de zelar pelo bem público, pelos interesses da coletividade”, completou
O secretário destacou que a determinação do prefeito é para agir com rapidez nas investigações e que a Prefeitura está exigindo ser ressarcida, também, com juros. “Vamos calcular a correção do dinheiro”, garantiu. Enquanto a RDM está proibida de arrecadar, as agências bancárias e loterias estão aptas a receber os tributos municipais.
A comissão administrativa que vai acompanhar o caso é ficou formada pelo procurador-geral do município, José Antonio Rosa, o ombudsman de Cuiabá, jornalista Eduardo Ricci, o procurador-fiscal, Marcelo Esteves Lima, o representante da Secretaria de Finanças, João Marcos Chaves e o auditor-chefe do município, Luis Mário. “Também vamos pedir o acompanhamento do Ministério Público”, resumiu o procurador José Rosa, que participou da coletiva que também teve a presença do advogado da RDM, Raimundo Girelli.