quinta-feira, 21/11/2024
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Micro e pequenos empresários investem com foco na Copa

A proximidade de eventos esportivos como Olimpíadas e Copa do Mundo tem transformado a rotina de muitos empresários brasileiros. E não seria diferente para um pequeno empreendedor como Enrico Dias. Proprietário de um negócio de balonismo com mais dois sócios, sua grande expectativa é o aumento do número de turistas que visitarão o Brasil na época dos eventos esportivos. Para atender a demanda, Dias já treina mais pilotos e negocia a aquisição de novas bases de vôo – em um investimento que pode ultrapassar R$ 1,8 milhão entre compra de equipamentos e preparação dos locais. “Além das bases em Minas Gerais e no Acre, queremos espaços em áreas turísticas consagradas do País para captar mais clientes”, diz.

A empresa By Brazil Balonismo conta hoje com quatro balões que realizam vôos promocionais durante a semana e turísticos aos sábados e domingos. Os passeios custam entre R$ 330 e R$ 380 por pessoa e têm duração de uma hora. Há um ano e meio no mercado do turismo de aventura, a empresa faturou R$ 40 mil e já estuda montar uma nova base no Espírito Santo. Além disso, tendo em vista as oportunidades para 2014, os sócios irão adquirir em breve mais quatro balões. “Vimos uma oportunidade porque o balonismo ainda é pouco estruturado no País, ao contrário do que acontece na Europa onde os turistas já estão familiarizados com a modalidade”, afirma Dias.

As possibilidades no segmento do turismo identificadas pelo empreendedor mineiro também foram percebidas em um estudo feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Na pesquisa, outras 930 oportunidades de negócios foram apontadas nas cidades que sediarão a Copa.

Entre as áreas identificadas estão agronegócio, vestuário, serviços, comércio varejista e construção civil. “Este evento será um meio para que o gasto médio do turista no País seja elevado. Com isso, as empresas devem melhorar o processo de gestão e investir em sustentabilidade para estarem preparadas”, diz Dival Schmitd, coordenador do projeto Sebrae 2014.

Foi com este pensamento que a empresária Rosicléia Mendes Mariano resolveu impulsionar seu negócio. Acreditando no potencial de mercado dos produtos sustentáveis, ela investiu na fabricação de uniformes profissionais e esportivos confeccionados a partir de garrafas PET (50% de plástico e outros 50% de algodão). “Para adquirir o material reciclado necessário, recebemos o auxílio de cooperativas que transformam PET em fios adequados à costura”, afirma.

Com perspectiva de investir R$ 100 mil na Visual Fashion até 2014, Rosicléia irá desenvolver uma marca para sua confecção. “Estamos recebendo encomendas para customizar uniformes com o logo da Copa e de marcas especificas. Por isso, vamos criar uma identidade para as roupas”, diz. Com 10 funcionários e 20 costureiras terceirizadas, a empresária também planeja montar uma minifábrica próxima de sua loja para demonstrar aos clientes o processo de transformação do plástico em tecido.

Mais oportunidades
A preocupação em atender os turistas durante a Copa e as Olimpíadas é outro estímulo ao desenvolvimento do mercado. O Instituto Europeu, voltado ao ensino de idiomas e profissões, é uma das empresas que estão se expandindo para oferecer cursos de qualificação voltados aos profissionais que trabalharão na Copa. A empresa investiu, no final de 2010, R$ 500 mil para criar o Instituto de Inteligência Desportiva, que oferece aulas de direito, medicina e marketing desportivos com duração de até 200 horas. Segundo Juliano França Tetto, coordenador do Instituto, serão oferecidos 20 cursos no total. “Nos cinco módulos que já criamos temos, em media, 30 alunos por turma e a procura continua aumentando. Até confederações buscam as aulas de gestão no esporte. Esta demanda fará com que em breve criemos uma sede voltada apenas a estes cursos”, afirma.

Algumas medidas, entretanto, devem ser tomadas pelos empreendedores para que consigam aproveitar o bom momento nas épocas esportivas. Uma das principais resoluções, segundo Schmitd, é estar formalizado. “Se o negócio não for legalizado, acabam as possibilidades de entrar em licitações públicas e aparecem dificuldades na hora de fazer parceria com grandes empresas. Por isso, é necessário conseguir uma estrutura fiscal adequada o quanto antes”, afirma. Além disso, os empresários devem pensar em longo prazo para expandir seus empreendimentos. “Investir com foco somente na Copa é um erro porque a demanda será localizada”, diz o coordenador.

Bruna Bessi, iG São Paulo

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Parmenas Alt
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