Trinta e dois membros da tradicional Cavalhada de Poconé receberam Moção de Congratulação durante sessão solene requerida pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva. Na oportunidade, o parlamentar anunciou que vai destinar parte de suas emendas para a construção da arena para Cavalhada, em Poconé. “Este ano ainda não definimos os valores de emendas, mas gostaria de assumir o compromisso de que, seja qual for o valor, uma parcela considerável será destinada para a construção da arena”, garantiu Riva.
Segundo o deputado, o evento é um importante acontecimento cultural de Mato Grosso, sendo uma autêntica manifestação do povo pantaneiro. “As cavalhadas são uma constante oração ao nosso Divino Espírito Santo e ao glorioso São Benedito. Esta Casa de Leis não se furtará em dar seu apoio a essa manifestação. A cavalhada está para Poconé como está o carnaval para o Rio de Janeiro e a Festa do Congo para Vila Bela da Santíssima Trindade”, ressaltou Riva.
A presidente da Ordem dos Cavalheiros de São Benedito, Glória Gahyva de Aquino, reforçou a necessidade do espaço, que será destinado para as apresentações dos espetáculos. “A Cavalhada é uma tradição milenar, que tem cooperado com o turismo do nosso município, além de divulgar nossos hábitos fora dos nossos limites geográficos. Então, queremos pedir a construção da tão sonhada e prometida arena para cavalhada, espaço este que, durante o ano, possa ser utilizado de incentivo à educação e demais ações culturais. A federalização da transpantaneira também é outro pedido. Essa via ligará dois estados e alavancará o crescimento econômico da região e melhorará a qualidade do homem pantaneiro”.
Em nome dos homenageados, o narrador Luiz Lauremberg Eubank de Arruda, também ratificou os pedidos e a participação do deputado José Riva nas Cavalhadas. “Há mais de 10 anos, Riva é um dos primeiros a descer no chão pantaneiro para assistir as cavalhadas, nem tanto pelo interesse político, mas pela cultura do povo pantaneiro. Nessa oportunidade, pedimos agilidade para a construção da nossa tão sonhada arena e a federalização da transpantaneira, porque é uma das alternativas para que o pantanal mato-grossense não seja fim de linha. E sim, uma passagem para adentrar a Corumbá (MS). Também solicitamos o apoio da Assembleia para regularização dos armamentos empunhados pelos nossos cavalheiros”, adiantou.
O secretário de Ciência e Tecnologia, deputado federal licenciado Eliene Lima, aproveitou a ocasião para anunciar que, neste segundo semestre, dará continuidade aos cursos da Unemat em Poconé e também estudará o oferecimento de cursos técnicos profissionalizantes. “Também vou disponibilizar parte das minhas emendas para trabalharmos apoiarmos a construção da arena”. O prefeito de Poconé Arlindo Moraes agradeceu as homenagens e as ações em favor do município. “É importante o reconhecimento de nossa história no sentido de divulgação para o nosso estado e país. Sabemos que Poconé tem muito agradecer ao deputado, na parte política e administrativa e agora na parte cultural e religiosa”, afirmou.
Durante a sessão, em nome da Ordem dos Cavalheiros São Benedito de Poconé, o deputado José Riva foi agraciado com o Título de Cavalheiro. “Vocês têm um verdadeiro parceiro. Poconé é um dos municípios mais ricos de Mato Grosso. Pobre, na verdade, foram os investimentos feitos ao longo dos anos, mas trata-se de uma cidade com potencial turístico, mineral e que tem terras boas para serem cultivadas”, pontuou Riva.
HISTÓRIA – As cavalhadas são realizadas anualmente no mês de junho e é uma das mais autênticas manifestações culturais do estado de Mato Grosso, que envolvem toda a nação pantaneira e recebe em seus braços a baixada cuiabana e centenas de turistas. Elas remontam a época das Cruzadas em que os cristãos, chefiados pelo rei Carlos Magno davam combate à idolatria, então defendida pelos mouros sob o domínio do sultão da Turquia. Nessa luta religiosa, sangrentos combates foram travados durante muitos anos, resultando finalmente na vitória do cristianismo, com a conversão dos mouros. No decorrer dos anos, essa história é revivida, na sua essência, pelas Cavalhadas, então trazidas ao Brasil pelos colonizadores portugueses sob a forma de espetáculo histórico-religioso, constituindo hoje, páginas de estudo e desenvolvimento do folclore brasileiro.
Em Mato Grosso, as Cavalhadas chegaram em 1769, pela comemoração da vinda de Luiz Pinto de Souza Coutinho, Capitão General e 3º governador da Capitania. O evento cultural é realizado como ato de louvação aos santos e padroeiros, em especial ao Divino Espírito Santo e ao glorioso São Benedito. “Na cadência das esporas e no reluzir das espadas, são mais de 200 anos de história do povo poconeano e da digna e honrada raça pantaneira, a excelência de nossa cultura, hoje oficialmente reconhecida por este Poder”, concluiu Riva.