sexta-feira, 22/11/2024
InícioEconomiaBolsas têm forte queda em dia de aprovação da dívida dos EUA

Bolsas têm forte queda em dia de aprovação da dívida dos EUA

Os mercados de ações reagiram mal à aprovação da elevação do teto da dívida dos Estados Unidos. Apesar de muitos analistas terem apostado em recuperação quando saísse a notícia, as quedas de hoje indicam que os investidores já estão de olho no próximo problema: um mundo que crescerá menos. “O mercado está antecipando um crescimento mundial menor”, resumiu o gestor de recursos Valmir Celestino.

Logo após a decisão do Congresso, os índices de ações em São Paulo e em Nova York mantiveram as perdas que já apresentavam desde a abertura. Mas, ao se aproximarem do fechamento, ampliaram as quedas e fecharam com fortes quedas. O Ibovespa caiu 2,09% e fechou cotado em 57.310 pontos, menor nível desde 4 de setembro de 2009, quando encerrou em 56.652 pontos.

Nos Estados Unidos o comportamento dos índices foi o mesmo. Dow Jones fechou em baixa de 2,19%, Nasdaq de 2,75% e S&P500 de 2,56%. A aprovação do pacote, que deveria trazer alívio às bolsas, foi substituída por preocupações em relação a seus efeitos e à força do governo dos Estados Unidos para aprovar outras medidas, que serão necessárias.

“O ajuste fiscal incluído no pacote vai fazer o país crescer menos, o que deve afetar a economia mundial”, diz Celestino. “O mercado agora está preocupado com a implementação do plano no longo prazo”, continua Álvaro Bandeira, diretor da Ativa Corretora. “Há um efeito colateral real da aprovação de hoje: o pacote vai continuar deixando o governo e o presidente Barack Obama reféns do Congresso”, diz.

Em relatório, a Fitch também comentou que a aprovação é um primeiro passo na recuperação do país, mas não é o fim do processo para criar um plano de credibilidade para reduzir o déficit de recursos do país para um nível que assegure o rating AAA do país no médio prazo.

Os investidores viram na demora da aprovação um indício de enfraquecimento do poder do governo. Sob os termos do acordo, o limite seria ampliado em pelo menos US$ 2,1 trilhões – o suficiente para suprir a necessidade de financiamento do governo até 2012. Depois disso, o governo precisa voltar ao Congresso para pedir novas elevações.

Além disso, o acordo prevê cortes de US$ 1 trilhão, em dez anos. “O mercado fez a leitura de que a situação permanece tensa, já que o governo dos Estados Unidos precisará fazer cortes, num momento em que sua economia está frágil”, diz Bandeira.

Não bastasse a questão da dívida, os investidores também venderam ações após o Departamento de Comércio dos EUA divulgar que o índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE) caiu 0,2% em junho ante maio, a primeira redução em quase dois anos.

Na Europa, as bolsas fecharam em queda, com a volta dos receios com a crise da dívida na zona do euro, em especial na Itália, com a notícia de que autoridades italianas se reuniriam para discutir as turbulências no mercado. Além disso, o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, cancelou suas férias para acompanhar de perto a situação da economia. Na semana passada, ele convocou eleições antecipadas no país.

O Ibovespa também sofre hoje com questões corporativas. Hypermarcas desmanchou 8% com perspectivas piores para seus números do segundo trimestre de 2011, que devem ser divulgados em 15 de agosto. A divulgação do balanço do Itaú, que veio abaixo do esperado, também prejudicou as ações, que recuaram 5,8%, entre as maiores perdas do Ibovespa, e as da Itaúsa caíram 5,2%.

Aline Cury Zampieri, iG São Paulo

Clique AQUI, entre na comunidade de WhatsApp do Altnotícias e receba notícias em tempo real. Siga-nos nas nossas redes sociais!
Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
RELATED ARTICLES

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Please enter your comment!
Digite seu nome aqui

- Publicidade -

Mais Visitadas

Comentários Recentes