A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou na segunda-feira o novo plano para elevação do limite de endividamento do país. A proposta foi aprovada por 269 votos a favor e 161 contra e deve ser encaminhada para votação no Senado nesta terça-feira.
O presidente dos EUA, Barack Obama, já afirmou que sancionará o projeto assim que for apresentado a ele.
O debate sobre a proposta de aumento do teto da dívida norte-americana tomou conta da opinião pública dos EUA e causou calafrios em parte considerável dos mercados financeiros. Ainda que o governo – com déficit orçamentário de US$ 1,5 trilhão e teto até então de US$ 14,3 trilhões – tenha batido sempre na tecla da necessidade de um limite adicional, jamais houve consenso sobre o tema.
“Tudo que (a discussão sobre a elevação do teto) faz é desviar a energia das pessoas. Não faz nenhum sentido. Ter esse limite artificial, que sempre é elevado no fim das contas, interrompe as atividades do Congresso. Acredito que é uma perda de tempo do Congresso”, disse em julho o bilionário Warren Buffett, comandante da empresa de investimentos Berkshire Hathaway – e, nessa posição, considerado o maior investidor do mundo.
Julian Callow, economista-chefe do Barclays Capital, afirmou que o acordo para a elevação do teto, anunciado neste domingo, é um “band-aid” nas discussões em torno da adoção de políticas financeiras públicas mais sustentáveis. “O acordo certamente não representa uma virada no jogo e mantém a possibilidade de um rebaixamento na classificação de risco (dos títulos da dívida americana) no curto prazo”, disse ele eme relatório.
Em meio ao impasse sobre a elevação do teto, as reservas norte-americanas foram minguando. Na última quinta-feira, elas desceram a US$ 53,6 bilhões, montante menor que a fortuna de Bill Gates, o fundador da Microsoft, estimada em US$ 56 bilhões pela revista Forbes, que anualmente elabora uma lista com as pessoas mais ricas do mundo. Os dados referentes a quinta-feira foram apresentados pelo Tesouro nesta segunda.
O Senado dos EUA votará amanhã, dia 2 de agosto, projeto de lei para elevar o limite de endividamento do país e reduzir o déficit orçamentário do governo federal segundo os termos do acordo fechado no fim de semana por congressistas governistas e da oposição, afirmou um assessor do Partido Democrata. Amanhã é o último dia do prazo dado pelo Departamento do Tesouro norte-americano para que o teto de endividamento dos EUA seja elevado. Sob os termos do acordo, o limite seria ampliado em pelo menos US$ 2,1 trilhões – o suficiente para suprir a necessidade de financiamento do governo até 2012.
IG/SP