Dante foi eleito Governador ao final de 1994, liderando uma coligação de 10 partidos políticos, inclusive o PDT ,que era o seu partido, o PSDB e o PT, todos unidos acreditando em uma proposta de mudanças com avanços sociais.
Na campanha ouviu toda sociedade matogrossense e elaborou um plano estratégico para o Estado brilhantimente coordenado pelo amigo Valter Albano, plano com visão de futuro,1995 a 2006.
Este plano, ele denominou Plano de Metas e dizia “vou mandar encaderna-lo para ficar em minha mesa, será minha referencia”.
Dante, um político moderno e revolucionário, percebeu, desde a campanha, a necessidade de reformas estruturantes, bem como de implantar políticas públicas nas áreas que mais afetam a população: Educação, Saúde, Segurança Pública, Meio Ambiente, Assistência Social e, principalmente, Energia Eletrica.
Quando tomou posse, nos primeiros seis meses se deparou com uma realidade muito pior que a prevista, e nao seria possível implementar as ações de seu Plano de Metas: a folha salarial e as transferências aos poderes era superiores a arrecadação, sem contar as folhas de pagamento atrasadas.
Dante um político militante da esquerda, que atuou no MR8, teve que fazer uma viagem interna, rever conceitos, sem nunca se esquecer dos sólidos princípios que o acompanharam desde o berço, alem daqueles que adquiriu na militância política. Licenciou-se do governo e quando voltou iniciou a maior reestruturação ja vista no Estado, cortando na própria carne, demitindo, liquidando o Banco do Estado, fechando empresas publicas, privatizando a Cemat e municipalizando o saneamento, o que só foi possível com sua determinação e reconhecida liderança . Todas estas medidas nao tinham apelo popular, eram medidas antipáticas, mas Dante as executou, e neste primeiro mandato, apesar das dificuldades, conseguiu resolver a falta de energia, viabilizando o gás natural, a construção da Térmoeletrica Mario Covas e estimulando a construção de inúmeras PCH.
Com todos estes remédios amargos, acreditou que a população nao tinha percebido as reformas que havia iniciado na educação, saúde, assistência social e meio ambiente; estava satisfeito com os passos que havia dado, mas inconformado de nao ter avançado ainda mais e em outras áreas que também considerava importantes.
O congresso nacional aprova no ultimo ano do seu primeiro mandato a reeleição, e mesmo não pretendendo se candidatar, fiel, como sempre foi às decisões partidarias, ouviu o partido, o PSDB, para o qual havia migrado no meio do primeiro mandato. Foi então iniciado um movimento, que ficou conhecido como” Mato Grosso pede bis”, liderado por Luiz Sares e as primeiras pesquisas de opinião davam ao Dante apenas 6% e a seu adversário mais direto, quase 60%, e foi aconselhado a nao concorrer a reeleição: ” voce nao deve se arriscar, concorra para deputado federal”. Dante, contrariando a maioria, decide concorrer,”afirmando: “nao posso permitir que os avanços alcançados com tanto sacrifício nao tenham continuidade”. A partir desta histórica decisão,as duas maiores lideranças políticas da época se enfrentaram em uma campanha memorável . O slogan da campanha foi “casa arrumada, hora da virada”. Como de costume Dante, com seu carisma, empolgou as massas e de virada venceu as eleições no primeiro turno. Mas esta história vamos contar em outra oportunidade.
Carlos Avalone é deputado estadual pelo PSDB e ex-secretária de Indústria e Comércio