Anunciado como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo no ano que vem, o vereador Netinho de Paula (PC do B-SP) tornou-se alvo de acusação por quebra de decoro parlamentar, em uma ação instaurada na Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo. Netinho, segundo a acusação, pediu reembolso de despesas com notas fiscais frias para comprovar gastos de seu gabinete e pode ser condenado a penas que chegam até a cassação de mandato.
A conclusão final do processo preparado pelo relator do caso, o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), seria lida hoje na Corregedoria. O relatório foi entregue ontem e ainda não está na pauta da reunião marcada hoje pelo órgão.
O corregedor-geral, Marco Aurélio Cunha (PR-SP), definirá após o encontro se envia o processo hoje à presidência da Casa ou se marca uma reunião exclusiva para o caso. De licença, Rodrigues não estará presente e será representado pelo vereador Aurélio Miguel (PR-SP). Caso o corregedor decida por despachar hoje, o processo será lido em plenário e submetido a votação.
No relatório, Rodrigues atribui a Netinho de quebra de decoro parlamentar, de uso de recursos da Câmara para fins próprios e abuso de poder no uso do cargo. As penas para a infração podem ser suspensão temporária de 30 a 90 dias ou a destituição de todos os cargos parlamentares que o vereador ocupe na Casa.
Netinho é acusado de ter solicitado reembolso de despesas à Câmara usando notas fiscais de empresas que não existem. Na lista de empresas que estampam as notas está a Mineral Comunicação, Imagem e Produção, empresa que está em nome do vereador. Procurado, o vereador disse que não viu o relatório, tampouco o parecer, e que se pronunciará tão logo tiver acesso às informações.
Flávia D”Angelo, iG São Paulo