Pisar de forma errada pode desencadear diversos problemas na postura e nas articulações, provocando dores na coluna vertebral, joelhos, pernas e região lombar. Quando isso ocorre, fica bem evidente o desgaste irregular na sola dos calçados. Uma mudança no tipo de pisada resultará em uma alteração do funcionamento do tornozelo sobrecarregando, por adaptação, a articulação do joelho. Logo, o quadril e a pelve irão também sofrer uma sobrecarga adaptativa.
Segundo o conselheiro do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) Adamar Nunes Coelho, um diagnóstico correto e precoce é sempre importante. “Detectando o problema precocemente, podemos evitar que a postura seja comprometida. Sabemos que as principais más formações que influenciam o jeito de pisar são as deformidades congênitas ou adquiridas, que mudam a anatomia normal do pé e que vão alterar o seu apoio no solo”, explica.
O hábito de pisar torto geralmente surge na infância e pode causar muitos problemas para a saúde. Muitas crianças com idade inferior a dois anos apresentam algum grau de pé plano flácido, decorrente da flacidez dos ligamentos, sendo que 90% dos casos são corrigidos com o crescimento. “A orientação é procurar um profissional habilitado para mais esclarecimentos e tratamento adequado”, salienta.
Avaliação postural e funcional e o teste da pisada (exame de Baropodometria) são os recursos mais utilizados para diagnosticar alterações na postura devido aos problemas relacionados à pisada incorreta e/ou à má formação dos pés. Adamar Nunes ressalta que há diversos procedimentos para acertar a pisada. “O Fisioterapeuta tem à disposição um arsenal de recursos terapêuticos e diagnósticos. Uma das técnicas utilizadas é a Podoposturologia, de origem francesa, que auxilia em inúmeras doenças reprogramando a tonicidade muscular e postural por meio do uso de Palmilhas”, esclarece o profissional.
O Fisioterapeuta também pode realizar técnicas manuais de ajuste articular – Quiropraxia, Osteopatia, entre outras -, e promover um reequilíbrio muscular e postural como os alongamentos, a Reeducação Postural Global (RPG), e as Cadeias Musculares. Já nos casos mais graves de deformidade – especialmente decorrentes de problemas adquiridos como fraturas, por exemplo – há recursos cirúrgicos de correção.
Sobre o COFFITO – O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) é uma Autarquia Federal criada pela Lei nº 6316, de 17 de dezembro de 1975, que representa cerca de 140 mil profissionais e tem como objetivos a normatização e o exercício do controle ético, científico e social das atividades da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, das profissões de Fisioterapeuta e de Terapeuta Ocupacional e das empresas prestadoras de tais tipicidades assistenciais ao meio social.