A demanda chinesa por soja deve continuar forte em 2011, beneficiando mercados produtores – como o brasileiro – em especial Mato Grosso, maior parceiro da China e responsável pelo suprimento de um terço das necessidades de consumo da oleaginosa daquele país. As importações chinesas de soja deverão totalizar 58 milhões de toneladas na temporada 11/12, com aumento de 5,5% sobre o total adquirido no ano anterior, de 55 milhões de toneladas. A projeção é Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
“A China é um mercado muito importante para Mato Grosso, só precisamos resolver o nosso problema de infra-estrutura e logística para chegarmos à Ásia com produtos mais competitivos”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), Glauber Silveira.
Segundo ele, o mercado asiático é altamente promissor para Mato Grosso, Estado vocacionado para atender a Índia e a China, sobretudo por ser um dos principais fornecedores de commodities agrícolas do mundo. “As oportunidades são muitas, basta que os empresários saibam aproveitá-las”.
Para se ter uma ideia de quanto a demanda chinesa aumentou nos últimos anos, basta lembrar que as exportações brasileiras saltaram de 25 milhões de toneladas para 46 milhões de toneladas nos últimos cinco anos, incremento de 84%. O fundamental neste momento, na avaliação dos produtores, é entrar com mais agressividade ao mercado que mais cresce no mundo. “Mato Grosso não faz nenhuma promoção comercial na China, apenas está reagindo a uma demanda por commodities”, afirma Glauber Silveira, que já fez algumas viagens à China e conhece o mercado asiático.
Os produtores consideram o mercado chinês o mais importante do mundo para Mato Grosso, lembrando que o país produz apenas 17 milhões de toneladas de soja e é dependente de importações para dar conta de alimentar toda sua população. Mato Grosso, um estado, produz muito mais que o país asiático. Para a atual safra 10/11, as projeções apontam para uma produção acima de 20 milhões de toneladas, recorde para o Estado. “Também precisamos da China, que compra mais de 50% de toda a nossa produção de grãos. O que os produtores devem fazer é intensificar este comércio que já está firme e se apresenta bastante promissor. Acho que os interesses se completam para ambos”, analisa.
Mesmo a China sendo autossuficiente em trigo, arroz e milho, o país compra mais da metade das exportações mundiais de soja, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
PRODUÇÃO – Segundo o último relatório do USDA, divulgado no mês de abril, a produção mundial de soja foi revista em 261 milhões de toneladas, 2,57 milhões de toneladas acima ao do mês anterior. O consumo mundial também foi reajustado, porém, negativamente com um volume de 840 mil toneladas a menos. O Brasil se destacou no relatório com um aumento no seu share (mercado) mundial na produção, que agora atinge 28%, 1% a mais que o mês anterior. Ainda conforme o USDA, o volume dos estoques iniciais de grão no mundo desta safra será de 59 milhões de toneladas, 38,6% maior que o ano anterior. O destaque está na Argentina, que terá 38% de todo este estoque inicial.