Os escritórios do ditador líbio, Muammar Gaddafi –bombardeados nesta segunda-feira– representam um “alvo legítimo”, consideraram nesta terça-feira, em Washington, o secretário americano e o ministro britânico da Defesa, Robert Gates e Liam Fox.
“Julgamos que os centros de comando são alvos legítimos e os destruímos, então”, afirmou Robert Gates durante entrevista à imprensa, ao lado de Fox.
“É de lá que as forças de Gaddafi cometem violências contra as populações civis, como em Misrata”, explicou.
No entanto, Gaddafi não é ele próprio o alvo de aviões da Otan, de acordo Gates: “nós não o visamos especificamente”.
Os escritórios do ditador, situados em sua mansão na área de Bab al Aziziya em Trípoli, foram totalmente destruídos ontem por um ataque aéreo da Otan.
O ministro britânico falou em “avanços” das tropas nos últimos dias, principalmente em Misrata.
ATAQUES
Aviões da Otan bombardearam na madrugada desta segunda-feira a cidade de Trípoli atingindo um grande prédio do complexo onde mora Gaddafi, destruindo totalmente a instalação.
Segundo informações da agência France Presse, as detonações tiveram uma força inédita no centro da cidade e fizeram tremer o hotel onde estão os correspondentes da imprensa estrangeira em Trípoli.
Os ataques, avaliados pelo governo líbio como uma tentativa de assassinato de Gaddafi, ocorreram por volta da 00h10 local (19h10 em Brasília) em vários bairros da cidade. Segundo a imprensa oficial, 45 pessoas ficaram feridas pelos bombardeios, 15 delas em estado grave.
Três emissoras locais –TV Líbia, Jamahiriya e Shababiya– ficaram cerca de meia hora fora do ar após os bombardeios.
Seif al Islam, filho do ditador, chamou o bombardeio contra o escritório do pai de “covarde”.
“Este ataque covarde ao escritório de Muammar Gaddafi pode amedrontar ou aterrorizar as crianças, mas nós não abandonamos a batalha e não temos medo”, disse em um discurso no canal oficial Allibiya.
“Milhões estão com Gaddafi. Pessoas que não têm medo”, disse, antes de completar que a batalha iniciada pela Otan está “perdida de antemão”.
F.COM