sexta-feira, 22/11/2024
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Safra 06/07 pode ser prejudicada com menos 70% para custeio

O Banco do Brasil (BB) divulgou informações sobre os volumes liberados até agora no Estado para o custeio da safra 06/07. De acordo com os números apresentados, há uma redução de 70% nos repasses aos produtores.

O gerente de Mercado de Agronegócio da Superintendência do BB, Olímpio Vasconcelos, disse que de 1º de julho até 29 de setembro, cerca de R$ 94,80 milhões foram liberados entre operações de custeio, investimento e comercialização. Em 2005 o valor liberado neste mesmo período, pelo agente financeiro somou R$ 315,2 milhões.

A redução no valor do custeio liberado até o momento pelo BB, segundo Vasconcelos, deve-se ao difícil período pelo qual passa o agronegócio não só no Estado como no país. Para ele, as maiores dificuldades encontradas pelo banco para liberação dos recursos para a nova safra está na concessão de limites de crédito ao produtor que está inadimplente, porém renegociou suas dívidas e precisa de um valor igual ou maior para custear sua safra. “O agricultor que renegociou suas dívidas está zerado no banco, mas cada vez mais terá que continuar buscando formas alternativas de custeio, além dos recursos públicos”, aponta.

Segundo Vasconcelos, as regras para o custeio não foram alteradas, apenas houve incremento aos recursos destinados à soja. Ainda com relação à soja, o teto de financiamento poderá ser ampliado em mais 30%, sendo 15% a mais para quem adquirir o seguro agrícola, obrigatório para quem pleiteia financiamento público e 15% para quem contratar o seguro de preço (não-obrigatório).

A contratação desses dois seguros aumentará o teto para produtores de soja em até R$ 390 mil. Segundo o gerente de Agronegócio, apesar do seguro de preço não ser obrigatório, o BB tentará convencer o produtor sobre esta necessidade “mostrando a ele os benefícios desta proteção”. E completa: “O seguro é um importante instrumento de proteção da lavoura não só contra as variações climáticas, mas também contra as perdas de mercado”, argumenta.

O volume liberado até agora atendeu aos perfis dos pequenos produtores rurais e Pronaf que ficaram com cerca de R$ 29,5 milhões, destinados a mais de 2,78 mil famílias. O restante, cerca de R$ 65,30 milhões – ou cerca de 68% – foram liberados aos agricultores empresariais ou grandes produtores, cerca de 680 produtores com este perfil foram beneficiados.

JUROS – Segundo Vasconcelos, os juros para as operações de custeio deste ano se mantiveram iguais aos adotadas no ano passado, ou seja, 8,75% ao ano. Mas, respeitando a lei de mercado, o produtor que precisar de mais verbas ao custeio de safra terá de compor uma taxa mista que atualmente fica na casa dos 18% a 19% ao ano. “Isso é só para quem for pedir valores acima dos estipulados como teto”, observa.

RENEGOCIAÇÃO – O resultado das renegociações analisadas até o dia 30 de setembro será divulgado hoje pelo BB. Apesar de o banco ter anunciado na quinta-feira passada que concluiria as análises para deliberação ou não das recomposições de saldo devedor dos produtores rurais (safras 04/05 e 05/06), uma decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), na semana passada, ampliou em mais 30 dias o prazo para que as instituições concluam os processos, que agora expira no dia 31 deste mês.

Até o início da segunda quinzena de setembro, a superintendência regional do BB já havia analisado cerca de 65% do montante devido pelos produtores mato-grossenses. Foram 12 mil pedidos de renegociação de dívidas dos produtores rurais que somam R$ 900 milhões – volume já prorrogado -, de uma dívida total de R$ 2,3 bilhões passíveis de repactuação em 21,7 mil contratos. Em 2004 o BB liberou R$ 1,2 bilhão em custeio, valor que em 2005 caiu quase pela metade e chegou a R$ 670 milhões.

DC

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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