A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta segunda-feira que todas as opções estão sendo consideradas para encerrar a violência na Líbia. O país vive há duas semanas sob intensos confrontos entre as forças leais ao ditador Muammar Gaddafi e rebeldes da oposição, que exigem sua queda.
Hillary fez um longo discurso sobre a importância dos movimentos pedindo a mudança democrático nos países árabes, também como um “imperativo estratégico” para os Estados Unidos.
“Continuaremos a coordenar as ações com os aliados”, disse Hillary, que citou as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e pelos Estados Unidos no fim de semana.
“Muammar Gaddafi e aqueles ao seu redor precisam ser responsabilizados por seus atos que violam leis internacionais e o bom senso. Por suas ações, eles perderam direito de governar. O povo decretou que é hora de eles irem. Agora, sem atraso”, afirmou a secretária de Estado americana.
“Estas violações de direitos universais são inaceitáveis e não serão toleradas”, continuou, dizendo que trabalha com a comunidade internacional e ONGs por uma “resposta humanitária” à crise.
O presidente americano, Barack Obama, assinou uma ordem executiva para congelar todos os ativos de Gaddafi, sua família e membros de seu regime. Medidas similares foram aprovadas por unanimidade pelo Conselho de Segurança. A resolução da ONU também pede que a repressão aos manifestantes seja levada à Corte Internacional de Haia, para posterior investigações de quaisquer responsáveis pela morte de civis.
Hillary elogiou ainda a suspensão da Líbia na Liga Árabe e pediu que a União Africana também faça o mesmo. Ela confirmou os relatos de que a Assembleia Geral da ONU deve votar nesta terça-feira pela suspensão da Líbia no Conselho de Direitos Humanos.
Ela disse ainda que os EUA estão inspirados pelas manifestações democráticas na Líbia, no Egito e na Tunísia e ressaltou que esta mudança tem de vir de dentro, “não pode ser imposta de fora”.
Ela afirmou ainda que, na construção de novas democracias, é importante garantir a participação politica de todos e que todos concordem com as regras democráticas. “Eleições livres e justas são fundamentais para criar e manter democráticas. Mas eleições não”, disse, em um recado aos ditadores que se mantém no poder em eleições contestadas.
A secretária alertou ainda que a transição precisa ter como foco oferecer oportunidades a todos. “Já vimos como a falta de oportunidades leva as pessoas às ruas. Não há dúvida que o objetivo mais importante é uma vida decente para eles e suas famílias. É particularmente importante que mulheres e minorias tenham estas oportunidades. As nações não podem deixar metade de seu povo à margem”.
SANÇÕES
Pouco antes do discurso de Hillary, a União Europeia também aprovou sanções contra o ditador Gaddafi, incluindo embargo de armas, congelamento de seus bens e proibição de viajar aos países do bloco.
A decisão foi tomada pelos embaixadores europeus que se reuniram para discutir a crise na nação africana. Apesar do avanço da oposição, que já controla a parte leste do país, Gaddafi se recusa a deixar o poder e atribuiu os protestos à rede terrorista Al Qaeda.
As sanções serão válidas também para 25 familiares e nomes ligados ao regime Gaddafi. O embargo de vendas inclui não apenas armas como equipamento, como gás lacrimogêneo e escudos antidistúrbios, que possa ser usado para repressão dos manifestantes.
Todas as sanções devem entrar em vigor nos próximos dias, assim que forem publicadas no diário oficial da União Europeia.
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