Sob o ponto de vista eleitoral Lula acertou não ir ao debate. Ele prestaria um grande serviço a democracia se participasse do debate, mas, certamente, não acrescentaria votos a sua candidatura.
A cadeira vazia não chegou a chocar os eleitores, muito menos eleitores do presidente. Ficou feio, mas não a ponto de virar votos.
Não parece que Lula seria trucidado pelos seus adversários se fosse ao debate. Os ataques mais duros certamente viriam de Heloisa Helena, mas nem ela, nem Alckmin e Cristóvam pareciam ter confabulado secretamente para destruí-lo, como alegou Lula para faltar ao debate.
O melhor discurso de encerramento foi o de Cristóvam Buarque ao pedir que o eleitor votasse em qualquer um dos candidatos presentes para levar a eleição ao segundo turno.
Cristóvam lembrou mais de uma vez ao longo do debate que nos próximos dias será revelada a origem do dinheiro do “dossiêgate”, e o eleitor não pode correr o risco de ser surpreendido com denúncias sérias contra Lula já reeleito.
Cristóvam mostrou despreendimento pessoal ao pregar “não precisa votar em mim, mas vote pelo segundo turno em nome da moralidade”. É um bom mote. Não sei se haverá tempo para sensibilizar eleitores suficientes para alterar o favoritismo de Lula, mas certamente levará muitos deles a refletir melhor antes de votar.