quinta-feira, 21/11/2024
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Cuiabá, (Por enquanto) sinal fechado.

Nada como ter vivido na Cidade Verde dos anos 60 e 70 e viver na Cuiabá de
hoje. São duas cidades distintas: a primeira, mesmo que diminuta e reduzida
a funções administrativas, era o sinônimo da elegância e da gentileza.
Éramos insuperáveis no bem recepcionar. Claro que, pela pequenez, todos nos
conhecíamos. Ou pelo Cine Tropical, ou pela Praça Alencastro, ou pelo
Dutrinha ou pela Matriz ou (o que é mais provável) por tudo isso junto. A
segunda, imensa, quase cosmopolita, é um complexo socioeconômico mais
dinâmico do estado.

Agrega valores e culturas tão ricamente díspares que beira à incompreensão.
Em sua magnitude, traz consigo diversos extremos, tanto sociais, como
estruturais. Dentre eles o trânsito; ou melhor, o não-trânsito. Explicar o
porquê do caos que assola as ruas e avenidas de Cuiabá não é nenhum
mistério. Décadas e décadas sem um plano diretor, cidade quase
tricentenária, não planejada e, portanto, ruas estreitas, somam-se a isso um
transporte coletivo precário (aliás, só anda de ônibus quem dele necessita),
um crescimento vertiginoso no número de veículos, sinalização insuficiente
ou inexistente. O que existe é ineficiente por causa de tecnologia
ultrapassada e a inexistência de política pública de educação para o
trânsito, um dos fatores mais importantes. Todas essas constatações estão no
limiar do óbvio; porém, necessárias para ilustramos nossa triste realidade.

Historicamente, uma coisa foi e é inevitável: o processo de rápida
urbanização da sociedade brasileira, por várias razões, provocou, e provoca
o “inchaço” das cidades pólos e das capitais, inclusive em Cuiabá. Então,
diante de um fenômeno incontrolável, é preciso pensar em meios e modos para
conviver com o fato, preservando um mínimo de qualidade de vida. Ou seja, é
necessário ampliar as estruturas públicas e privadas para se dar vazão ao
incontido número de veículos circulando nas vias urbanas cuiabanas (ou
melhor no Aglomerado Urbano Cuiabá/Várzea).

Há soluções, algumas delas de sabor amargo; outras, nem tanto. O importante
é que elas existem e nós, agentes sociais temos que discuti-las e,
posteriormente, implementá-las sob pena da cidade literalmente parar. Alguns
podem dizer que as intervenções que acontecerão para a Copa do Mundo
resolverão o problema. Não creio nisso, penso que podem minimizá-lo;
todavia, não serão três ou quatro túneis e elevados a salvação do trânsito
cuiabano. O problema é ainda mais crônico. É preciso pensar a cidade como um
todo e para os próximos cinquenta anos.

A avenida Professora Édna Affi (mais conhecida como av. das Torres), da
gestão do ex-prefeito Wilson Santos, melhorou significativamente o trânsito
na região sul da cidade, mas infelizmente a nova Perimetral (Rodoanel) não
foi concluída. Ela seria responsável pelo desvio do tráfego de veículos
pesados de parte do perímetro urbano, além de redesenhar os limites da
cidade. Como se pode perceber, algumas medidas foram tomadas, inclusive a
duplicação da rodovia Emanuel Pinheiro (estrada da Chapada do Guimarães) por
parte do Governo do Estado, claro que todas aquém do necessário. Mas se fez
alguma coisa, mesmo que sem a comunicação ideal entre Município e Estado.

O rodízio entrou em debate como uma solução nos últimos dias.
Particularmente, acredito que o sistema ainda não tem aplicação em Cuiabá,
não é para tanto, mas também não é nenhum delírio pensar e discutir. O
momento do nosso trânsito fomenta essa busca por caminhos, é natural.

Mas voltemos às eventuais soluções: 1- regulamentar e fiscalizar o
transporte alternativo exigindo qualidade e conforto para os usuários. 2-
modernizar o controle de tráfego com tecnologia de ponta, como sinais
sincronizados e câmeras de monitoramento nos principais corredores de
escoamento. 3- fazer campanhas educativas, isso é fundamental, mesmo que
mais trabalhosas dão mais resultados que a indústria das multas. 6-criar
corredores expressos, alguns já previstos para 2014. 7- multar intensamente
os que fecham cruzamentos param em filas duplas etc.

Estamos em uma encruzilhada: ou a faixa cidadã ou a barbárie; ou a educação
no trânsito ou o caos. Há bastantes problemas e só não nos é permitida a
omissão. Assim como parlamentar, como cidadão e, acima de tudo, como
cuiabano é que trago o problema, apresento eventuais soluções e convido aos
que sonham com sinais verdes a se engajarem nessa luta por um trânsito mais
humano.

Guilherme Maluf é médico e deputado estadual pelo PSDB.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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