O presidente do Egito, Hosni Mubarak, enfrenta nesta segunda-feira (7) novas pressões para deixar o poder imediatamente, depois que a oposição considerou insuficientes as propostas de negociar uma saída que permita ao chefe de Estado permanecer no cargo até setembro.
A praça Tahrir, no Cairo, continuava ocupada pelo 14º dia consecutivo pelos manifestantes, que exigem que as negociações entre o regime e a oposição iniciadas neste domingo (6) não deixem de lado o objetivo de que Mubarak, no poder há 30 anos, deixe a Presidência.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, destacou neste domingo que o Egito passa por uma mudança política e defendeu a instauração de um “governo representativo” no país árabe, mas não pediu a saída imediata de Mubarak, um aliado de longa data de Washington.
– Só ele sabe o que vai fazer. Não vai tentar a reeleição. O mandato termina este ano.
Mubarak prometeu na semana passada que não concorreria a um novo mandato nas eleições de setembro, mas se negou a deixar o poder de maneira imediata, alegando que isso poderia afundar o país no “caos”.
O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, nomeado para o cargo nos primeiros dias de crise, recebeu neste domingo representantes de diversos grupos opositores, incluindo o movimento Irmandade Muçulmana, mas os contatos não melhoraram a situação.
Depois do encontro, os participantes concordaram em efetuar uma “transição pacífica do poder baseada na Constituição”, anunciou o porta-voz do governo, Magdi Radi. A Irmandade Muçulmana, no entanto, afirmou que as reformas propostas pelo regime eram insuficientes.
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