Em nota divulgada na noite dessa terça-feira, a Polícia Federal informou que, em relação às provas do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, “não houve instauração de inquérito policial para apuração de qualquer fato relativo ao referido exame, em razão de não existirem, até o momento, informações suficientes para fundamentar a instauração”.
Mais cedo, o delegado da Polícia Federal em Juazeiro (BA), Alexandre Lucena, disse que abrirá nesta quarta-feira um inquérito oficial para investigar se ocorreu vazamento do tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O suposto vazamento foi denunciado por um professor de um curso preparatório de Petrolina (PE), cidade vizinha a Juazeiro, a uma emissora de TV da região. De acordo com ele, um grupo de estudantes o procurou horas antes do início das provas contando que sabiam qual era o tema da redação. Eles pediram dicas ao professor sobre o que deveriam escrever sobre trabalho e escravidão.
A redação foi aplicada no último domingo (7) e o tema era Trabalho na Construção da Dignidade Humana. Os candidatos tiveram dois textos de apoio para desenvolver o assunto: um sobre trabalho escravo contemporâneo e outro sobre o futuro do mercado de trabalho.
Nesta terça-feira (9), os agentes da PF em Juazeiro ouviram o professor e alguns estudantes para levantar informações preliminares. Os envolvidos serão ouvidos oficialmente a partir de amanhã, quando o inquérito for instaurado.
De acordo com Lucena, os relatos colhidos até o momento apontam que um grupo de pelo menos 30 estudantes tinha a informação antes da prova. Mas ele teme que o alcance do vazamento seja maior. “Se isso vazou em alguma mídia social – Twitter, Orkut – o problema se amplia muito”, disse.
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