O sistema de controle do fluxo de madeira e produtos florestais, criado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e implantado em janeiro deste ano no Estado, será obrigatório para os demais estados após o dia 30 de setembro.
Como Mato Grosso saiu na frente, quem investe neste segmento acredita que as demais empresas não conseguirão estar em conformidade com as normas até o final do mês, resultando na elevação das vendas dos empreendimentos instalados no Estado, que atualmente estão em baixa.
A primeira fábrica que se cadastrou no sistema da Sema, em Mato Grosso, foi a Compensados Jaciara, uma indústria de compensados moveleiros. O auxiliar administrativo da empresa, Quelson Faleiros, disse que todos na empresa estão otimistas e aguardam incremento nas vendas a partir do início de outubro.
Em Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá), a Indústria de Compensados IH já está recebendo ligações de outros estados solicitando cotações de preço, informaram alguns funcionários.
Com as novas regras, quem não está enquadrado ficará impossibilitado de comercializar as mercadorias e é nisto que os empresários do Estado apostam. Quelson destaca que em relação a 2005 as vendas deste ano caíram em média 60%. Houve ainda demissão de 70% do quadro de funcionários, situação também vivenciada pelos empresários da indústria rondonopolitana.
Por isso, a largada adiantada de Mato Grosso promete trazer boas divisas aos investidores do ramo. Entre os benefícios do sistema apontados pelos empresários está o maior controle no setor, não há necessidade de deslocamento até a sede da Sema ou do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para retirada da guia, dá maior transparência ao processo e é capaz de detectar fraudes e exploração ilegal da madeira.
O modelo mato-grossense foi copiado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e será gerido pelo Ibama, com sistema automatizado e de emissão de Documentos de Origem Florestal (DOF), o equivalente à Guia Florestal (GF).
Para garantir maior eficiência, o sistema é completamente interligado. É feito um Cadastro dos Consumidores de Produtos Florestais (CC-Sema), que controla quem vende e quem recebe os produtos.
O modelo funciona como uma conta corrente em que o interessado em comprar a madeira deve solicitar a quantidade e, só após verificação da origem da mercadoria, ocorrerá a liberação de crédito, como um saldo aprovado.
A legalidade da madeira é inspecionada desde sua extração até o destino e comercialização do produto final.
