quinta-feira, 07/11/2024
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Contrabando abre espaço para o iPhone na China

Eles aparecem no início da manhã: homens e mulheres chineses esperam em silêncio, e um pouco nervosos, diante das lojas da Apple. Em alguns dias, as filas dobram quarteirões. Esses não são fãs típicos da Apple. Ao invés disso, são parte de um esquema comercial impulsionado pela demanda de produtos da Apple na China – onde são fabricados e depois exportados, apenas para fazer a longa viagem de volta.

Os participantes do esquema, em Nova York e Xangai, dizem que o processo funciona assim: as pessoas esperam na fila diante de uma loja da Apple para comprar o mais novo iPhone por US$ 600, pagando uma taxa para ignorar o contrato da AT&T. Eles então vendem os telefones para intermediários, geralmente lojas de eletrônicos em Chinatown, por cerca de US$ 750.

Os telefones são enviados para a China, onde o iPhone 4 ainda não estava à venda até poucos dias atrás, e são distribuídos para lojas e sites de comércio eletrônico, onde são vendidos por até US$ 1 mil. Uma vez que os telefones são “destravados” para romper seus laços com a AT&T, eles podem ser usados com operadoras locais. Mas uma mudança nesta prática já chegou. Há uma semana o iPhone 4 está à venda na China, custando cerca de US$ 750 na versão de 16 gigabytes

Milhões de chineses estão desenvolvendo um gosto por artigos de luxo e produtos da Apple estão se equiparando a bolsas Louis Vuitton como totens de riqueza, disse Shang-Jin Wei, diretor do Instituto de Negócios Internacionais Jerome A. Chazen, da Faculdade Columbia de Administração.

Um porta-voz da Apple não quis comentar a compra sistemática do iPhone nas lojas da Apple, mas a empresa tentou colocar um fim à situação – e tem encontrado dificuldades em fazê-lo. Em junho, a empresa esteve sob ataque no Estado de Nova York por se recusar a vender o iPhone 4 a alguns clientes asiáticos.

Aparelho escondido no corpo

Vendedores do iPhone na China dizem que os telefones são frequentemente levados ao país por pessoas que os escondem em suas malas ou até mesmo em seus corpos. Contrabandistas organizados levam 100 ou mais iPhones por dia ao país e alguns chegam a colocar telefones em contêineres com outras mercadorias.

Antes de as vendas começarem na China, os preços dos aparelhos contrabandeados começaram a cair. Wei disse que as vendas legítimas irão reduzir os lucros dos contrabandistas, mas não devem encerrar as atividades.

“A Apple sabe exatamente quantos desses produtos estão sendo vendidos no mercado negro na China, e a empresa irá dar preço a seus produtos de acordo”, disse Wei. “Limitar a venda do iPhone até agora na China é provavelmente parte de uma grande estratégia da empresa para torná-lo um produto de luxo pelo qual as pessoas vão pagar preços mais elevados “.

U.Seg
The New York Times

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Parmenas Alt
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