Após a eliminação do São Paulo na Copa Libertadores na quinta-feira (5), contra o Internacional, no estádio do Morumbi, o futuro do técnico Ricardo Gomes no São Paulo será decidido nesta sexta (6), com a pressão em cima dele apontando para a possibilidade real de saída do treinador, responsável por um ano no qual o Tricolor não conseguiu mudar com sucesso o seu esquema tático, teve muitas contratações que deram errado e ficou longe de empolgar o seu torcedor.
O São Paulo conseguiu a vitória por 2 a 1 em casa nesta quinta. Porém, o time do Morumbi precisava de uma vantagem de pelo menos dois gols para chegar à final da competição.
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Depois da partida, o técnico deixou claro na entrevista coletiva que conversará com a diretoria tricolor nesta sexta para definir seu futuro, uma vez que seu contrato tinha término previsto ao final da Copa Libertadores. Para Ricardo Gomes, o perigo reside no fato de que a eliminação é apenas um episódio a mais nas recentes decepções tricolores, que incluem quatro derrotas, um empate e apenas duas vitórias depois da Copa do Mundo da África do Sul.
Apesar de ter chegado à semifinal da competição sul-americana, o treinador falhou em seus grandes desafios à frente do clube: fazer o time se libertar do esquema 3-5-2 deixado como herança por Muricy Ramalho e emplacar novas contratações.
Ele é o primeiro treinador desde Cuca, em 2004, a deixar o clube como um fracasso. Leão foi campeão paulista em 2005 e saiu por sua decisão pessoal. Em seguida, Paulo Autuori venceu a Libertadores e o Mundial no mesmo ano, também deixando o clube por conta própria. Já Muricy Ramalho foi demitido em 2009, mas após a conquista de três títulos brasileiros. Gomes foi retirado do comando da equipe sem nenhum troféu obtido.
Quando Ricardo Gomes assumiu o cargo, em junho de 2009, após a demissão de Muricy Ramalho, a diretoria do clube disse que a indicação não era apenas pelo quesito técnico, ressaltando também que o Tricolor escolhia seus treinadores devido ao comportamento e à integridade deles. Essa justificativa foi dada enquanto Vanderlei Luxemburgo, um técnico tão vitorioso quanto polêmico, estava no mercado. Segundo os dirigentes tricolores, Ricardo Gomes, apesar de ter poucas conquistas na carreira, enquadrava-se nesse parâmetro.
Logo de cara, o técnico assumiu a missão de libertar o São Paulo do esquema 3-5-2, que deu certo na “Era Muricy”, mas havia prendido o time a essa formação. Até o antecessor de Ricardo Gomes já tinha tentado modificar a tática tricolor, sem sucesso. Após usar os três zagueiros no começo, Gomes implantou o 4-4-2. Entretanto, a equipe continuava tendo dificuldade em criar jogadas, mantendo-se contudo pouco vazada na sua defesa.
Para chegar ao final do ano, Gomes já enfrentara pressão anteriormente. Em suas quatro
primeiras partidas, ele obteve apenas uma vitória, diante do Náutico, por 2 a 0. Além disso, o time perdeu para Coritiba e Atlético-MG, pelo mesmo placar, e empatou em casa por 2 a 2 diante do Flamengo. Alguns protestos surgiram, mas ele conseguiu manter o emprego.
A solidez da zaga fez o time subir novamente no Campeonato Brasileiro. Depois de um início vacilante, o São Paulo chegou a liderar a competição faltando três rodadas para o fim. Entretanto, o clube conseguiu apenas o terceiro lugar.
No começo deste ano, o São Paulo foi um dos clubes que mais contratou. O time trouxe Carlinhos Paraíba, Xandão, Marcelinho Paraíba, Cléber Santana, Rodrigo Souto, Fernandinho, André Luis, Léo Lima, Alex Silva, Cicinho e Thiago Carleto.
Entretanto, a “munição” que Ricardo Gomes ganhou para fazer um bom trabalho não funcionou. Apenas Rodrigo Souto foi sucesso. Alex Silva é titular, mas não está em boa fase. Dos outros contratados, André Luis, Léo Lima e Cicinho já deixaram o clube, deixando o comandando ainda mais vulnerável a críticas.
Com a provável demissão, o treinador se mantém sem conquistas expressivas como técnico no Brasil. Ele foi campeão apenas do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste, em 1999.
R7