A polícia italiana realizou uma vasta operação contra a Ndrangheta, a máfia calabresa, para deter mais de 300 pessoas, em várias regiões da Itália, anunciaram as forças de segurança locais.
Segundo a polícia, um dos suspeitos detidos é Domenico Oppedisano, de 80 anos, que seria o chefe da Ndrangheta. O responsável pelas operações da organização em Mião também teria sido preso. Os detidos estão sendo acusados de crimes como assassinato, extorsão e tráfico de drogas e de armas.
Muitas das prisões da operação, que mobilizou cerca de 3 mil policiais, foram feitas no rico norte da Itália, onde há muitos imigrantes da Calábria. As prisões no norte do país seriam um sinal de que a organização se infiltrou na economia da Lombardia, a região onde fica Milão.
A operação, que incluiu tamém prisões nos Estados Unidos, acontece após amplas investigações contra o clã especializado em crimes relacionados a empresas e ao setor financeiro, disse a polícia. Eles disseram que as investigações, nas quais grampos telefônicos foram amplamente usados, deram às autoridades novas informações sobre a organização da Ndrangheta, a máfia da Calábria, cujo funcionamento é bem menos conhecido do que o da máfia siciliana, a Cosa Nostra.
A Ndrangheta é considerada uma das organizações criminosas mais perigosas devido à violência de seus membros e ao segredo que a cerca. O grupo se expandiu além de seu reduto tradicional, a região empobrecida da Calábria, no sul da Itália, e tem papel importante no crime organizado em toda a Europa e no tráfico internacional de drogas na América do Sul.
Apreensão de bens
Na véspera, a polícia italiana anunciou ter apreendido bens no valor de US$ 1,6 bilhão em duas operações contra a máfia no sul do país.
A divisão antimáfia de Nápoles ordenou a desapropriação de empresas, complexos turísticos, apartamentos e terrenos no valor de US$ 1,2 bilhão e emitiu 17 ordens de prisão contra membros do clã dos Casalesi, considerado o mais perigoso da Camorra, a máfia local.
Em outra operação contra a “Ndrangheta, a polícia apreendeu bens imobiliários no valor de US$ 400 milhões, pertecentes a Gioacchino Campolo, conhecido como “o rei do pôquer”.
IG/U.Seg