A Polícia Federal apreendeu um cofre com dinheiro e memórias de computador na casa da promotora Deborah Guerner durante operação de busca e apreensão realizada nesta segunda-feira (14), em Brasília. A apreensão só foi divulgada ontem terça (15). O cofre estava enterrado no jardim da casa, no Lago Sul, área nobre de Brasília. A PF não informou o total de dinheiro recolhido.
Deborah Guerner é suspeita de receber propina do suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília e que levou o então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) à perda do mandato. A promotora sempre negou envolvimento com o caso.
O advogado da promotora, Pedro Paulo de Medeiros, disse que não iria se pronunciar sobre a operação da PF porque o inquérito que investiga as denúncias está sob segredo de Justiça. A Diretoria de Inteligência da Polícia Federal informou que vai analisar o material recolhido na casa.
Também na operação desta segunda, os policiais encontraram R$ 1 milhão em uma dos locais em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal (TRF) como parte do inquérito que investiga o suposto esquema de corrupção. O local da apreensão não foi informado.
Os policiais federais cumpriram dez mandados, um deles em uma empresa de engenharia, especializada também em tratamento de lixo. A empresa é sócia de outra empresa que, desde 2007, presta serviços de coleta de lixo e varrição para o governo do Distrito Federal.
Na época, a licitação vencida pela empresa de coleta de lixo foi contestada pelos concorrentes, que entraram com recurso e ganharam liminares na Justiça suspendendo a contratação. Mesmo assim, o governo do Distrito Federal firmou contratos emergenciais com a empresa. Em três anos, a as duas empresas associadas receberam pelo menos R$ 74 milhões do governo do DF.
As empresas estão sendo investigadas pela Procuradoria Regional da República por suposta ligação com o esquema do mensalão do DEM.