Os deputados estaduais, membros da CPI da Saúde – Sérgio Ricardo(PR), Walace Guimarães(PMDB) e Antônio Azambuja( PP) – se reuniram em Brasília, ontem quarta-feira (26), com a bancada de senadores e deputados federais de Mato Grosso e definiram estratégias de ação para buscar recursos para investimentos no setor.
Durante a reunião foi firmado compromisso para apresentação de uma emenda coletiva de bancada no valor estimado inicialmente em R$150 milhões para investimentos em infraestrutura e aquisição de equipamentos para os hospitais públicos e filantrópicos de Mato Grosso.
“As necessidades na área da saúde são muitas e as possibilidades de reduzir os problemas são pequenas, mas estes recursos que agora serão viabilizados pelas emendas da bancada federal vão reduzir as demandas. Vamos trabalhar
junto ao Governo do Estado para que estes recursos aperfeiçoem ainda mais o Programa Fila Zero”, disse o presidente da comissão, deputado Sérgio Ricardo. Após o encerramento da CPI da Saúde, os deputados estaduais retornarão a Brasília para reunião com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão quando entregarão um relatório final com as reivindicações e
projetos do governo para a área.
Os parlamentares receberam um documento contendo as principais reivindicações do setor e decidiram por liderar movimento nacional junto ao
Ministério da Saúde para que a tabela do SUS( Sistema Único de Saúde) seja reajustada de acordo com a realidade dos serviços prestados. Participaram da reunião os senadores Jaime Campos(DEM ), Jorge Ianay(DEM) e Serys Slhessarenko(PT) e os deputados federais Eliene Lima(PP), Francisco Daltro(PP), Homero Pereira(PR) e Valtenir Pereira(PSB).
O deputado Sergio Ricardo fez um relato dos trabalhos da comissão durante os cinco meses de atuação, reunindo informações sobre repasses do Estado para o município de Cuiabá, gastos com serviços de saúde de alta complexidade,
pagamentos com funcionários e a estrutura dos hospitais públicos de Cuiabá e os regionais de Cáceres, Sorriso, Colíder e Rondonópolis.
Sérgio Ricardo lembrou o caso do Hospital Regional de Rondonópolis, cuja UTI
funciona com ventiladores. “Constatamos que existe a falta de recurso, mas também há muitos problemas de gestão”, disse. Foram distribuídas cópias dos relatórios da CPI da Saúde com 19 recomendações para melhorar o setor em
todo o estado.
O documento já foi entregue em abril ao governador Silval Barbosa sendo que
algumas das reivindicações já foram atendidas, como a implantação do Programa Fila Zero e as implantações do Hospital da Criança e do Hospital
Metropolitano de Várzea Grande, ambos em fase de fundação.
Uma das principais reivindicações da CPI da Saúde foi a implantação de um Hospital Central Público para Mato Grosso. “Nosso estado deve ser o único que não tem um hospital público e precisamos da ajuda da bancada federal
para alavancar recursos“, disse o deputado estadual Antônio Azambuja.
A senadora Serys Slhessarenko disse que é importante a aprovação da emenda 29 no Congresso Nacional, que garante financiamentos para a saúde pública.
Serys pediu que sua assessoria tomasse providências imediatas para que fosse
feito um estudo tanto na Câmara dos Deputados como no Senado, sobre o aumento de valores na tabela do SUS. A senadora pediu que as reivindicações fossem protocoladas no Senado para que se possa agendar, futuramente, uma
reunião imediata com o ministro da Saúde.
O deputado federal Eliene Lima comentou que a CPI trabalhou com muita seriedade e trouxe números impressionantes sobre a saúde pública no Estado.
“Os trabalhos trouxeram um norte para que sejam tomadas medidas no sentido de proteger a população. Os R$150 milhões solicitado podem ser obtidos com a união da bancada. Ao mostrarmos estes números ao ministro Temporão podemos
fazer uma pressão maior. Foi desta maneira que conseguimos os recursos para o Hospital Universitário Júlio Müller”, disse.
Eliene sugeriu que em novembro, quando se fecha o orçamento da União, a bancada priorize a saúde. Homero Pereira apoiou a ideia de fazer uma ação conjunta como foi feita com a construção do Hospital Universitário Júlio
Müller. “ Temos que priorizar a saúde, porque Mato Grosso cresceu muito e precisa ampliar a rede de assistência ao cidadão”, disse.
O senador Jaime Campos confirmou que esta colocando suas emendas à disposição para a saúde, pois sabe das dificuldades do setor. “Eu sou da opinião que falta mais gestão do que recursos, mas irei direcionar minhas
emendas para atender as reivindicações da saúde de Mato Grosso”, disse.
