As transações correntes do País (registro das operações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) encerram o mês de janeiro com déficit de US$ 3,8 bilhões, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Banco Central. O resultado veio acima do esperado. A consultoria Rosenberg e Associados esperava déficit de US$ 3,1 bilhões.
Nos últimos doze meses, as transações correntes acumulam déficit de US$ 25 bilhões, o equivalente a 1,56% do Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com os dados do BC, a conta financeira teve entrada de US$ 6,2 bilhões, com destaque para os ingressos de investimentos estrangeiros em carteira, que totalizaram US$ 3,7 bilhões no mês.
Já a conta de serviços teve déficit de US$ 1,3 bilhão em janeiro, um crescimento de 128% em relação a igual mês de 2009. O item viagens internacionais teve despesas de US$ 650 milhões, contra US$ 250 milhões de janeiro de 2009. As despesas com transportes, por sua vez, somaram US$ 281 milhões, uma alta de 49,2%.
“Dentre os demais itens da conta de serviços, no mesmo período comparativo, ocorreu elevação nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos, 44,1%; computação e informações, 41,5%; e royalties e licenças, 48,7%. Houve declínio nas despesas líquidas com seguros, 48,8%. Os outros serviços registraram ingressos líquidos de US$900 milhões, 4,8% inferiores ao resultado do mesmo mês do ano anterior”, informou o BC.
As remessas líquidas de renda para o exterior totalizaram US$ 2,7 bilhões em janeiro, uma alta de 34,7% frente a igual mês de 2009.
Investimentos externos
A entrada de investimentos externos diretos líquidos no país totalizou US$ 789 milhões no início de 2010. Em igual intervalo do ano passado, houve ingresso de US$ 1,930 bilhão.
No acumulado de 12 meses, entraram US$ 24,808 bilhões em investimentos estrangeiros diretos, ou 1,52% do Produto Interno Bruto (PIB) dolarizado.
De acordo com o Banco Central (BC), do total ingressado em janeiro, US$ 795 milhões foram participação no capital. Foram contabilizadas ainda saídas de US$ 6 milhões em empréstimos intercompanhias.
Quanto ao investimento brasileiro direto no exterior (IBD), houve aplicações líquidas de US$ 1,247 bilhão, sendo US$ 432 milhões em participação no capital de empresas no exterior e US$ 816 milhões em concessões de empréstimos intercompanhia.
Reservas
As reservas internacionais encerraram o mês de janeiro em US$ 240,8 bilhões no conceito liquidez – que inclui o saldo de operações de empréstimo em moedas estrangeiras. Trata-se de um crescimento de US$ 1,8 bilhão frente ao montante acumulado em dezembro.
“No conceito caixa, as reservas internacionais somaram US$240,5 bilhões, aumento de US$2 bilhões”, informou o BC.
Dívida externa
A dívida externa estimada para o mês de janeiro somou US$ 200,9 bilhões, segundo o Banco Central. O resultado é US$ 1,6 bilhão interior ao registrado em dezembro. Já a dívida externa de médio e longo prazos cresceu US$ 1,2 bilhão, para US$ 173,1 bilhões. A dívida de curto prazo, por outro lado, totalizou US$ 27,8 bilhões, em queda de US$ 2,8 bilhões.
“A queda de US$2,8 bilhões no estoque da dívida externa de curto prazo deveu-se, basicamente, à redução nas obrigações dos bancos comerciais relativas ao financiamento de comércio”, justificou a autoridade monetária.
(Com Valor Online)U.Seg