Entrevistar os moradores locais, acompanhar de perto a produção de rapadura e a confecção de canoas. Estas foram as atividades realizadas pelos alunos da Escola Municipal de Educação Básica “Apolônio Frutuoso da Silva”, no bairro Construmat, sexta-feira (01.09), em visita a uma das comunidades mais antiga de Várzea Grande: Bonsucesso.
A diretora da unidade, Wilma Guimarães, explica que o passeio integra o projeto pedagógico “Dia do Folclore”, implementado pela equipe da escola desde o início de agosto. Todos os 320 estudantes, das séries iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), participam das atividades interdisciplinares propostas pelo plano.
Mas até o dia tão esperado por todos, os educandos foram levados a pesquisar sobre o folclore brasileiro, em especial o mato-grossense. De acordo com a supervisora escolar, Neryne Guarim Strobel, a parte teórica do assunto foi trabalhada em sala de aula e, coube aos alunos, a produção de pequenas apresentações artísticas sobre as manifestações culturais. “Todos os anos trabalhamos com o tema. Este ano decidimos enfocar as tradições locais, daí a escolha por Bonsucesso, um local em que há a preservação dos antigos costumes do município”.
Para os professores, a união da teoria e da prática tem resultado positivo no desempenho escolar das crianças. “Aqui, eles estão tendo a oportunidade de vivenciar o que foi visto apenas em sala de aula. Dessa foram, eles aprendem mais e melhor o conteúdo”, confirma a professora do 5º ano, Kátia Amorim.
Joacil de Campos, professor do 4º ano, concorda. “Além de ser responsável pela melhor assimilação dos conteúdos, o projeto proporciona ao aluno ter contato direto com o assunto estudado. A aprendizagem não fica restrita apenas aos livros didáticos”, ressalta.
Eles contam que os assuntos vistos durante o passeio educativo serão cobrados em todas as disciplinas, até mesmo em Matemática. “Nesse caso, iremos trabalhar, por exemplo, a área das figuras geométricas tendo por base a medida da forma utilizada para a confecção das rapaduras, a metragem das canoas construídas no local e, até mesmo, o lucro obtido na venda desses produtos”, explica a professora Kátia.
Mesmo incumbidos de anotarem tudo para posterior produção de relatórios sobre a visita, os estudantes não se incomodaram e aprovaram a iniciativa. “Estou conhecendo tudo agora. Já vi tanta coisa nova, diferente”, relata o aluno do 5º ano Lucas Pantaleão Rodrigues, 10.
De opinião semelhante está seu colega de turma Natanael Alves de Moraes, 10. Atento, o garoto não perdeu um só detalhe e registrou tudo em seu caderno. “Desse jeito, aprendemos melhor o que fica só dentro da sala”, completa.
Para a aluna do 4º ano Débora Moreira Brás, 9, a visita a Bonsucesso despertou não só a interesse pelas tradições regionais, mas também a vontade de um dia residir em um lugar mais tranqüilo e bonito. “Quem mora aqui tem mais qualidade de vida. É tudo tão bonito e tranqüilo. Não tem movimento e é tudo asfaltado”, observa.