Emissão da carteira de trabalho e seguro desemprego são alguns dos serviços
suspensos a partir da sexta-feira (13) na Superintendência Regional do
Trabalho (SRTE) de Mato Grosso. Servidores administrativos iniciam amanhã de
manhã a greve por tempo indeterminado. Para protestar, no final da tarde de
hoje o prédio terá uma amostra fotográfica que reflete as más condições de
trabalho, principalmente nos dia de chuva quando as salas são invadidas pela
água.
A greve por tempo indeterminado, da antiga Delegacia Regional do Trabalho
(DRT), é uma forma de pressionar governo e autoridades em relação ao
sucateamento do órgão e diversos outros problemas como o Plano de Cargo
Carreira e Salários (PCCS), como a disparidade entre os salários de
diferentes níveis e também a diferença do reajuste concedido às outras
categorias dos setores produtivos da União.
Na sexta-feira, 6 de novembro, o Sindicato dos Servidores Públicos Federais
de Mato Grosso (Sindsep-MT) junto com alguns trabalhadores deram o
indicativo de greve e iniciaram a elaboração de um dossiê que reúne provas
da precariedade, do alagamento, da falta de espaço físico, dos computadores
defasados, dos mofos nas paredes, das rachaduras , dos banheiros entupidos e
dos arquivos empilhados em locais inadequados, como na própria recepção. O
documento será entregue a bancada federal de Mato Grosso e a Confederação
numa audiência que ocorrerá no Congresso ainda esse mês.
O prédio fica ao lado do Sesc do Porto e por lá passam em média 500
usuários. Para o presidente do Sindsep-MT, Carlos Alberto de Almeida, a luta
que começa com os trabalhadores resulta também na melhoria do atendimento
para toda a sociedade que é punida com a demora no atendimento. Atualmente,
para ter a carteira de trabalho, a espera é de no mínimo 15 dias, prazo que
poderia ser reduzido para no máximo dois dias.
Carlos também destaca a contradição do próprio setor do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE)responsável por fiscalizar as condições de trabalho
seja cenário do descaso e do abandono em que se encontra. Segundo o
superintendente da SRTE, Valdinei Antônio de Arruda, é necessário um recurso
de R$ 9 milhões para a contração de uma nova sede que ficará localizada no
Centro Político Administrativo (CPA), local onde há disponível um terreno
cedido pelo Estado.
Para emissão da carteira do trabalhador ou seguro desemprego, outros órgãos
estaduais e municipais já realizam o procedimento, como no caso do Sistema
Nacional de Emprego (Sine).