Com uma palestra sobre a sustentabilidade da produção agrícola mato-grossense, o governador Blairo Maggi encerrou o Soya & Oilseed Summit (Encontro Mundial da Soja), evento realizado na cidade portuária americana de Nova Orleans. Maggi apresentou os números do agronegócio brasileiro, responsável, segundo ele, por 100% do saldo da balança comercial brasileira, e mostrou a evolução da agricultura mato-grossense nos últimos 15 anos, com a produtividade crescendo bem mais percentualmente em relação à abertura de novas áreas.
Durante o evento, foi mencionado que o mundo necessitará de 100 milhões de toneladas de soja adicionais até 2020, e o governador foi enfático em afirmar de que área para isso só existe no Brasil, especialmente em Mato Grosso. “Mas tudo tem um preço”, afirmou. “Como continuar fornecendo comida com as barreiras ambientais existentes? O mundo terá que pensar sobre isso”.
O governador explicou detalhadamente as questões relativas ao meio ambiente, como a reserva legal, e disse que Mato Grosso tem feito o dever de casa, tanto que conseguiu aumentar significativamente a produção e reduzir concomitantemente o desmatamento em 80%. Uma das alternativas para aumentar a produção agrícola, segundo ele, é ocupar parte da área destinada à pecuária para agricultura, ao se intensificar a produção pecuária para que seja feita apenas em terras que não se prestam à agricultura.
“Com apenas 8 milhões de hectares dos 25 milhões ocupados com a pecuária, podemos dobrar a produção de grãos em Mato Grosso”, afirmou Maggi. Essa conversão, porém, não é tão simples: envolve custos de 3 a 4 mil reais por hectare, o que, segundo Maggi, o produtor não tem condições de bancar. “Aqueles que precisam desse aumento de produção terão que sentar à mesa e negociar”, afirmou.
Maggi listou as medidas governamentais que estão sendo tomadas, como o MT Legal, a compensação no ICMS para os municípios com maior cobertura vegetal, o Zoneamento Sócio- Econômico e Ecológico como fatores importantes para a sustentabilidade. Falou ainda dos procedimentos adotados pelos produtores – plantio direto, integração agricultura-pecuária, recolhimento de 96% de embalagens de agrotóxicos – como práticas agrícolas corretas e modernas.
COPENHAGUE
Por fim, disse que quer levar a Copenhague uma proposta ousada, mais do que a do governo federal. Para isso, terá as últimas reuniões em meados do mês para fechar a posição mato-grossense, que deverá estar alinhada com a dos governadores da Amazônia e do próprio governo federal.
“MT não tem vergonha do que fez e tem muito orgulho de produzir comida para o mundo. Precisamos de investimentos em infraestrutura, e temos incentivos fiscais para quem quer investir no Estado”, finalizou o governador. Participaram do evento com o governador o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, e o diretor-executivo da entidade, Marcelo Monteiro.
(Com informações da Assessoria da Aprosoja)