Os medicamentos vendidos no Brasil vão ganhar um sistema de segurança contra falsificações. A tecnologia vai permitir rastrear por onde os remédios passaram até chegar ao consumidor.
O sistema será similar ao usado em alguns supermercados, em que frutas e verduras têm um número, uma espécie de RG, com o qual o consumidor pode checar na internet onde foram produzidos.
Na indústria química, a preocupação é evitar falsificações e contrabando. Um lacre com uma etiqueta antifraude, que tem selo holográfico e código de barras, é a aposta para reverter perdas de US$ 20 milhões ao ano.
Com um leitor ótico, é possível saber se o produto é autêntico e quando e onde foi fabricado.
“Esse cliente tem a segurança de saber que aquele produto foi produzido pelo fabricante original, para que ele não seja alvo de comprar um produto falsificado, um produto roubado”, diz Eduardo Leluc, diretor de uma indústria química.
A indústria farmacêutica também confia nesse sistema para acabar com o comércio ilegal. No primeiro semestre deste ano, foram apreendidas 316 toneladas de medicamentos falsificados, sete vezes o que se recolheu no mesmo período de 2008 (45,5 toneladas).
A partir de janeiro, todos os medicamentos fabricados no país também poderão ser rastreados pelo consumidor para evitar a falsificação. As mais de 2 bilhões de embalagens produzidas por ano terão que sair da indústria com uma identificação, um código único, que vai permitir localizar o medicamento e revelar o caminho percorrido por ele.
Na primeira fase, as fábricas, distribuidores e farmácias terão que instalar o sistema de rastreamento. Cada vez que o remédio trocar de mãos, a mudança fica registrada em um banco de dados administrado pelo governo. Se o consumidor desconfiar que comprou um remédio falsificado, poderá tirar a dúvida rapidamente.
A mudança vai exigir investimento das empresas e o governo avisou que não vai permitir repasses ao consumidor.
Um fabricante apoia a medida, mas teme não se adaptar a tempo porque a Vigilância Sanitária não definiu a tecnologia que será usada.
“Nossos fornecedores não têm capacidade instalada pra fazer o atendimento de todas as indústrias em um tempo curto que a Anvisa está determinando”, diz Márcio Valentim, engenheiro de produção.
Em 2012, o sistema vai identificar também o médico que receitou o remédio e o paciente que o comprou. A Anvisa diz que haverá um sistema seguro para garantir o sigilo de médicos e pacientes e que trabalha dentro do prazo para regulamentar a lei.
Fonte:G1