O vice-ministro venezuelano das Relações Exteriores para a América Latina, Francisco Arias Cárdenas, disse que o governo apresentará “provas” da suposta espionagem praticada por agentes do Departamento Administrativo de Segurança (DAS) da Colômbia presos ontem no país.
“Eles foram capturados fazendo espionagem”, afirmou o funcionário, em entrevista coletiva concedida na tarde da última terça-feira. Segundo ele, em diversas ocasiões foi registrada a presença de funcionários do DAS, o serviço de inteligência colombiano, “espionando” a Venezuela.
Cárdenas assegurou que as provas “serão apresentadas pelo Ministério das Relações Exteriores e pelas equipes de segurança e investigação da Venezuela”.
Ele pediu aos meios de comunicação que mantenham o foco em “uma situação tão séria e grave como a captura de pessoas que faziam espionagem com planos de desestabilização”.
O vice-ministro indicou que as prisões não têm qualquer relação com “o lamentável episódio do estado de Táchira [na área de fronteira com a Colômbia]”. No local, há duas semanas, 12 pessoas foram sequestradas por um grupo armado, e dez delas apareceram mortas no último sábado. As vítimas são oito colombianos, um peruano e um venezuelano.
Na manhã desta terça-feira, a embaixadora da Colômbia na Venezuela, Maria Luisa Chiappe, havia dito que não cairia em “provocações” após a divulgação de uma nota de protesto de Caracas na noite de segunda-feira contra a suposta presença de espiões no país.
“O documento entregue pela Venezuela está tramitando pelo canal regular, que é a Chancelaria, mas não vou especular sobre essa hipótese, nem tampouco cairei em provocações”, declarou a diplomata.
Na nota, Caracas expressou contrariedade à “reiterada presença de funcionários do DAS em território venezuelano, encontrados realizando trabalhos de espionagem e tentativa de suborno”, e atribuiu o fato a um “plano de desestabilização”.