O governo negou que o novo acordo com Paraguai em relação ao contrato da hidrelétrica de Itaipu vá afetar os consumidores. O aumento em três vezes da quantia paga pela energia elétrica não vai ter impacto sobre a tarifa, segundo o ministro Paulo Bernardo (Planejamento).
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Ele afirmou que é uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não permitir aumento da tarifa e o governo deve subsidiar o valor. “Não vai ter [aumento tarifário]. Isso eu tinha perguntando à parte já para o presidente. Nem tratamos na reunião, mas eu já tinha perguntando e ele disse que a determinação é que não tenha impacto para o consumidor. O governo vai pagar essa conta? Concluo que a resposta é afirmativa”, disse o ministro.
Os dois governos fecharam o acordo no fim de semana. Segundo o novo contrato, o Brasil triplicou o valor que paga ao vizinho pela energia elétrica. Além disso, permite que o governo de Assunção negocie, a partir de 2023, a energia excedente ao mercado brasileiro sem a mediação da estatal Eletrobrás. O presidente Lula afirmou na ocasião que interessa ao Brasil ter um vizinho que não tenha um ritmo de crescimento semelhante.
Técnicos da área energética ouvidos pela Folha Online dizem que a liberação encarecerá a energia para o consumidor cativo brasileiro –a maioria, que recebe energia direto das distribuidoras.
Bernardo engrossou o discurso do presidente e destacou o estreitamento da relação entre os dois países. “Ele [o presidente Lula] considera que nós, como a própria declaração conjunta dos países, avançamos uma nova etapa nas relações com o Paraguai. O presidente disse que subimos um degrau na nossa relação”.
Além do contrato energético, ficou acertada colaboração em setores da infraestrutura. Segundo o ministro, o governo de Assunção ficou muito satisfeito com o anúncio de investimentos no país.
“Vamos investir nas pontes. A construção de linha de transmissão foi muito comemorada no Paraguai. A decisão da Camargo Corrêa e da Votorantim de montarem uma cimenteira também. Vai ser um investimento de US$ 100 milhões que teve impacto muito grande”, disse.
F.Online