O diretor geral do Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa, Pedro Martins Dornellas Neto, de 57 anos, foi assassinado anteontem num matagal nas proximidades do bairro Recanto dos Pássaros, em Cuiabá. Quatro pessoas se revezaram para esfaqueá-lo com 20 facadas e ainda o enforcaram para roubar-lhe dinheiro e o veículo oficial do governo, uma Parati branca que ele usava. O latrocínio (roubo seguido de morte) ocorreu anteontem, por volta das 18 horas.
A Polícia agiu rápido e, minutos após o crime, conseguiu prender os responsáveis pelo crime. Estão presos Elaine Cristina Oliveira, de 23 anos, Wiliam dos Santos, de 18, e mais dois adolescentes, ambos de 17, com os quais os policiais militares apreenderam o carro roubado, alguns pertences da vítima e a faca utilizada na execução do crime.
Uma pessoa que passava pelo local ouviu a vítima gritar e acionou a Polícia Militar, que abordou o veículo cerca de 50 metros após os suspeitos saírem do matagal. Ao revistar o veículo, os policiais encontraram a faca suja de sangue, mas os criminosos tentaram justificar, alegando que haviam matado um porco.
“Um dos policiais lembrou que durante a chamada ouviu uma pessoa gritando. Então, eles vasculharam a região e localizaram o cadáver. A vítima tinha sido amarrada a uma árvore”, explicou o delegado João Bosco de Barros, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De imediato, os implicados confessaram o crime. Os criminosos apontaram Elaine como autora intelectual do assassinato. Revelaram que ela havia marcado encontro com a vítima num motel do bairro Cristo Rei. Antes, porém, Elaine tinha combinado com o seu irmão e mais dois adolescentes para levá-los juntos e praticarem o crime.
Assim que os adolescentes chegaram de taxi, eles o obrigaram a ir na Parati e cortar o cinto de segurança do carro, que foi utilizado para amarrar as mãos do funcionário público.
Em seguida, a vítima, Elaine e os dois adolescentes entraram no carro. De lá seguiram até a Acrimat, onde Wiliam se juntou ao bando. Em seguida eles roubaram cerca de R$ 1.300 da carteira da vítima, além do celular. Amarrado, Pedro foi obrigado a revelar a senha do cartão eletrônico de sua conta bancária, que Elaine anotou num papel e usou para tentar um saque num caixa eletrônico. Não sacaram, pois a senha não conferiu, e Elaine se zangou e exigiu que a vítima fosse morta.
“Primeiro ela (Elaine) queria que a gente o jogasse no portão do inferno, mas depois um dos rapazes lembrou-se de um matagal, no Recanto dos Pássaros. Então, a gente seguiu para lá”, disse Wiliam, na Delegacia. No local, Elaine teria dito que o funcionário público deveria ser morto porque ele a conhecia há cerca de dois anos e poderia denunciá-la à Polícia.
Elaine e Wiliam foram autuados em flagrante por latrocínio. Os dois garotos, por sua vez, assinaram um termo circunstanciado e foram levados para a Delegacia Especializada do Adolescente (DEA).
DC
