O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), discursou no plenário nesta tarde e acusou o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), de terem patrocinado a reportagem da revista “IstoÉ”, dizendo que o ex-diretor-geral Agaciel Maia teria pagado contas de US$ 10 mil durante uma viagem do tucano e sua família a Paris. Virgilio ainda apresentou uma denúncia contra Sarney que será entregue ao Conselho de Ética.
“A matéria teria sido fruto do líder do PMDB, Renan Calheiros, Sarney e sua [disse se referindo diretamente ao líder do PTB, Gim Argello – DF], como tática que visaria a calar não um dos que estavam falando, mas o primeiro que falou. Que falou especificamente e não silenciou. Aquele que não silenciará até que a Mesa substitua o Sarney, que não tem mais a mínima condição moral de permanecer à frente dessa Casa”, disse.
Segundo a revista, o senador tucano “abusou do gestual, mas escamoteou a verdade” durante o discurso proferido na semana passada, quando pediu a prisão e a demissão do ex-diretor-geral do Senado. Na ocasião, Virgílio disse que o Senado estava calado por medo de Agaciel e citou alguns fatos que poderiam ser usados pelo ex-diretor para chantageá-lo.
Em seu discurso, Virgílio disse que teve seus cartões bloqueados quando estava em Paris e que pediu a um amigo, ex-funcionário do Banco do Brasil e que atualmente está em seu gabinete, Carlos Homero Nina para resolver a situação. Ele teria feito isso com a ajuda de Agaciel e só teria comunicado tal fato ao senador após a realização do depósito.
Ao contrário do que disse Virgílio no plenário do Senado, a revista informou, “conforme altos funcionários da Casa”, que o parlamentar pediu diretamente ao ex-diretor a liberação de dinheiro. O tucano chegou a dizer que “se soubesse” que Agaciel participou da transação teria preferido “ficar preso na França”.
O senador questionou ainda se Agaciel teria usado seus próprios recursos nesse empréstimo. “Porque quebramos nosso sigilo bancário e vemos a origem do depósito na minha conta para saber se realmente veio da conta do Agaciel”.
Virgílio também disse que tão cedo foi avisado do empréstimo de Agaciel também soube que Homero junto de dois amigos já teriam ressarcido o ex-diretor-geral. Disse também que ele dificultou o recebimento dos recursos. “Quem não sente falta de US$ 10 mil só pode ser bandido”.
Em seu discurso, o líder ainda pediu a investigação de todos os presidentes e primeiros secretários que passaram pelo cargo durante os
14 anos em que Agaciel ficou à frente da diretoria-geral do Senado.
Ele também taxou Agaciel, por diversas vezes, de “ladrão”, “gatuno”, entre outras variações do termo, e disse que uma secretária do ex-diretor-geral teria aberto um armário na sala da diretoria e teria sido coberta por dinheiro. “Isso na gestão Renan Calheiros, tem que ser investigado”.
Virgílio ainda voltou a dizer que a permanência de Sarney está inviabilizada na presidência do Senado e ingressou com uma denúncia contra o presidente no Conselho de Ética.
U.Seg