segunda-feira, 25/11/2024
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Banco Central reduz previsão de crescimento neste ano para 0,8%

A autoridade monetária vê ” sinais de gradual recuperação ” da economia brasileira, embora aponte que a ” evolução desfavorável dos investimentos ” pode afetar esse cenário ainda positivo.

Apesar de ter reduzido sua projeção para a evolução da atividade, a autoridade monetária se mantém na contramão e se mostra mais otimista que a maioria dos analistas de mercado e organismos multilaterais, que traçam um cenário pessimista e até de recessão para o Brasil neste ano, de crise global.

O BC, porém, vê efeitos positivos de políticas anticíclicas adotadas nas várias economias e com repercussão favorável na economia interna. No texto, é ressaltada a ” fragilidade ” do desempenho industrial, atingido por forte retração de investimentos e pelo fraco movimento comercial internacional.

É reiterada a percepção do BC e do governo brasileiro em geral, de que “o ciclo de desaceleração econômica no país poderá ser menos acentuado do que em diversas outras economias.”

Nas novas projeções, o BC espera recuo de 2,2% na atividade da indústria, declínio de 0,8% para a produção agropecuária e desempenho positivo de 2,1% para o setor de serviços. A receita do governo em impostos também deve ter alta, de 0,1%.

O consumo das famílias deve crescer 1,5%, ante a previsão anterior de aumento de 1,6%, de forma a contribuir com 0,9 ponto percentual para o PIB. O consumo do governo subirá mais, com previsão de expansão de 2,8% sobre 2008 e adição de 0,6 ponto ao PIB. Assim, o consumo interno geral é quem puxará o PIB, com contribuição de 1,5 ponto percentual.

Do lado negativo, entram os investimentos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que deve ter diminuição de 5,1%. A previsão anterior do BC era de crescimento anual de 0,7%. No setor externo, as exportações devem cair 5,7% e as importações devem verificar baixa de 7,8%.

Inflação

A estimativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano aumentou de 4% para 4,1%. Para a inflação do ano que vem, a projeção caiu de 4% para 3,9%.

Além de estar abaixo da meta de 4,5% para o ano, a previsão de 2010 é ligeiramente inferior à esperada em 2009, de 4,1%. Para os 12 meses encerrados em junho de 2011, a estimativa central da autoridade monetária é IPCA de 4%.

O cenário de referência considerado pela autoridade monetária nessas previsões inclui a manutenção da taxa Selic em 9,25% ao ano e taxa de câmbio constante em R$ 1,95 – posição em que se encontravam após a reunião deste mês do Copom.

A projeção central de inflação do mercado financeiro para o acumulado de 2010, por sua vez, é de 4,2% – era de 4,4% no relatório de março. O cenário tomado pelos analistas financeiros considera que a Selic média deve passar de 9% ao ano no último trimestre de 2009 para 8,98% anuais nos três meses finais de 2010. O câmbio, por sua vez, deve ficar entre R$ 2 e R$ 2,09.

A previsão do mercado está pouco acima da do BC por causa da expectativa de desvalorização do real perante o dólar que os analistas têm para o período. De acordo com o relatório, as perspectivas da autoridade monetária e dos financistas mostram a mesma trajetória, com taxas maiores de inflação ” em 2009 e no primeiro trimestre de 2011, intercaladas por uma taxa menor em 2010 ” .

(Com informações da Reuters e do Valor Online)

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Parmenas Alt
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