Também ficou definido que os quatro países vão atuar de forma coordenada na reforma do sistema financeiro internacional. A estratégia visará em especial a próxima reunião do G20 (grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo, representadas por 19 países desenvolvidos e emergentes e pela União Europeia), marcada para setembro, nos Estados Unidos, mas já será posta em prática no encontro do G-7 (grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo), no mês que vem, na Itália.
O anúncio da cooperação foi formalizado na declaração oficial do evento pelo presidente russo, Dmitri Medvedev. “Vamos coordenar o nosso trabalho. Vamos agir de uma maneira forte e permanente”, afirmou o chefe de Estado, referindo-se à agenda global de reforma do sistema financeiro.
Ação conjunta
Segundo Medvedev, os presidentes dos bancos centrais e os ministros das Finanças, de Energia e Agricultura dos quatro países do Bric farão encontros periódicos para organizar as estratégias comuns. Segundo ele, a cúpula de hoje dos líderes dos países do BRIC deve criar condições para uma “ordem mundial mais justa”. Ele descreveu o encontro como “histórico”.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, ratificou o consenso. “Os BRICs poderão agir de forma conjunta, sobretudo em termos financeiros.”
Novas respostas
No texto do comunicado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se compromete ao lado dos colegas a “oferecer respostas novas para velhos problemas que precisam de respostas urgentes”, assim como “uma liderança corajosa frente à inércia e indecisão”.
Os BRICs pedem ainda a adoção de um sistema de supervisão supranacional do sistema financeiro internacional, o fim dos subsídios agrícolas que prejudicam suas exportações e recursos para a adaptação tecnológica dos países em desenvolvimento.
Também afirma que o grupo pressionará por uma nova tentativa de levar a Rodada de Doha a uma conclusão rápida e equilibrada. Por fim, considera “urgente a renovação nas Nações Unidas para que as instituições multilaterais recuperem a importância”.
(Com informações de France Presse, Reuters e EFE)