A Defensoria Pública de Mato Grosso recebeu a denúncia de que quatro presos estariam sendo torturados por policiais e agentes carcerários dentro da Penitenciária Central do Estado. Entre as supostas vítimas estaria Edson Alves Delfino, o assassino do menino Kaytto; garoto de 11 anos cruelmente assassinado no mês passado após ser violentado.
Segundo informações da Defensoria Pública, as torturas eram sistemáticas, com duas sessões na parte da manhã e duas à tarde. Os presos relataram ser algemados e sofrerem durante 20 minutos agressões físicas, psicológicas e morais. Chutes, ponta-pés, cintadas e até garrafadas foram mencionados como forma de tortura.
Eloir da Silva, Geverson Delgado Alves, Marcondes Dias Moreira, além do próprio Delfino, estão presos por envolvimento com crimes de violência sexual. Os quatro denunciaram as sessões de tortura de policiais e agentes carcerários e disseram receber ameaças de morte. A denúncia será encaminhada para a Secretaria de Segurança Pública do Estado, que afirma já estar ciente do caso e ter aberto inquérito da Polícia Militar e Civil além de um procedimento administrativo a fim de identificar os culpados.
Quem acompanha o caso é a Comissão dos Direitos Humanos da OAB de Mato Grosso. Segundo a presidente, Betsey Polistechuk de Miranda, atos de tortura como esse são inadmissíveis. “Trata-se de indivíduos já confinados e detidos. Não cabe a policiais ou agentes carcerários fazer justiça com as próprias mãos”.
No entanto, segundo Betsey, crimes como esse são extremamente comuns em casos de grande repercussão. “A tarefa do Estado nesse caso é zelar pela vida dessas pessoas”.
TVCA