Os pacotes de desoneração do governo federal para estimular alguns setores da economia despertaram a cobiça de associações e sindicalistas.
Com uma proposta debaixo do braço e 4 milhões de empregos para barganhar, dez associações passaram as últimas semanas numa peregrinação pela Esplanada dos Ministérios para convencer o governo da importância de suas reivindicações.
“Se os tanquinhos e geladeiras foram contemplados, por que outros setores (que também sofrem reflexos da crise) não seriam?”, indagam representantes do setor produtivo.
Mesma pergunta fez o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, Miguel Torres, ontem, durante as comemorações do Dia do Trabalho. Ele disse que pediu ao governo a extensão dos benefícios do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da linha branca para o segmento de freezers.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou que também pode reivindicar nova prorrogação do corte de IPI para carros, dependendo das vendas do setor.
O Estado consultou dez associações de vários setores, como máquinas e equipamentos, frigoríficos, aéreo, calçados, infraestrutura, têxtil e confecções, eletroeletrônicos, software, consumidores de energia e papel e celulose, responsáveis por 4 milhões de empregos.
Na lista de todas elas, o pedido mais comum, além do IPI, é a desoneração de Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e folha de pagamento. A estratégia é apostar alto para ter margem de manobra nas negociações. Ou seja, eles pedem a isenção total de tributo para, no fim, conseguir alguma redução.
u.seg