O juiz Jorge Moreno, de 42 anos, acaba de ser aposentado
compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça do Maranhão. O crime de Moreno
foi contrariar o clã Sarney, que o acusou de dar sentenças com
finalidade político-partidária na comarca de Santa Quitéria, onde ele atua.
“O processo não tem nenhuma prova disso e eu não sou filiado a
partidos”, afirma o juiz, que foi impedido de atuar em um processo
relatado pela desembargadora Nelma Sarney, cunhada do presidente do
Senado, José Sarney (PMDB-AP). A denúncia coube ao deputado pefelista
Max Barros, que foi secretário estadual no governo de Roseana, filha de
Sarney.
Para o juiz Moreno, o que provocou os donos do poder local foi a atuação
dele para fazer de Santa Quitéria um município em que todos os
habitantes têm certidão de nascimento. Um dado raro considerando-se que
um terço dos maranhenses, o que equivale a dois milhões de pessoas, não
possuem o documento. Sem ele, não conseguem acesso ao Luz para Todos,
programa federal de universalização do acesso à energia elétrica, Bolsa
Família e aposentadoria.
Moreno argumenta que a oferta de certidão de nascimento é explorada
eleitoralmente pelos poderosos. “Os políticos locais sempre se colocaram
como intermediários entre a população e os serviços públicos.
Canal: Brasil