O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que o PIB (Produto Interno Bruto) mundial registrará este ano sua primeira contração em 60 anos, ficando entre -0,5% e -1%. Já para 2010, e entidade aponta para um crescimento entre 1,5% e 2,5%.
“Apesar dos maiores pacotes de estímulo anunciados pelas economias desenvolvidas e os principais mercados emergentes, os volumes de comércio recuam rapidamente, enquanto os dados de produção e emprego sugerem que a atividade global continuaram a se deteriorar no quarto trimestre de 2008”, apontou o FMI no relatório que será entregue ao G20 (grupo dos países desenvolvidos e principais emergentes), que se encontrará no próximo mês em Londres para discurtir meios de aplacar a crise.
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Para as economias avançadas, o FMI prevê uma “recessão profunda”, com um retrocesso do PIB de -2,6% nos Estados Unidos e de -5,8% no Japão, países que correm um “risco elevado” de deflação, e de -3,2% na zona do euro.
“Trazer de volta o crescimento global dependerá principalmente de mais ações coordenadas para estabilizar as condições de crédito, bem como dar um forte suporte político para reforçar a demanda”, disse o FMI no relatório.
O Fundo indicou que os países não fizeram o suficiente frente à recessão. Ele calculou que, dentro do G20, seu objetivo de dedicar o equivalente a 2% do PIB a planos de retomada ainda não foi atingido. “As respostas nacionais à crise mundial estão apenas começando. As medidas continuam sendo necessárias para restabelecer a estabilidade financeira”, afirmou a instituição multilateral.
“Atrasos na adoção de políticas globais para estabilizar as condições financeiras devem agravar a espiral negativa entre a economia real e o sistema financeiro, levando a uma recessão ainda mais profunda e longa”, segundo o FMI. “Na realidade, com os avanços limitados até aqui para resolver o problema dos ativos invendáveis, a incerteza em torno da capacidade de solvência dos bancos continua elevada, impedindo uma volta da confiança dos mercados. As condições do crédito continuam gravemente deterioradas.”
Sobre a América Latina, o FMI disse que as condições de crédito pioradas e o enfraquecimento da demanda externa deve fazer com que a região tenha uma queda brusca no crescimento, onde o Brasil “desaceleraria fortemente” e o México entraria em recessão.
Lipsky
O relatório confirma a informação dada ontem pelo número dois do FMI (Fundo Monetário Internacional), John Lipsky, durante seminário internacional de energia organizado pela Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo), em Viena.
“As previsões de janeiro antecipavam este ano um crescimento mundial de meio ponto percentual, e o prognóstico revisado mostrará uma cifra modestamente negativa”, afirmou Lipsky. “A queda da economia mundial no mundial no último trimestre do ano passado e o primeiro trimestre deste ano é o mais forte desde que o FMI começou a compilar dados.”
F.Online