A taxa de inadimplência geral chegou a 4,6% em janeiro, a maior desde agosto de 2007, segundo informou nesta quinta-feira o Banco Central (BC). Para pessoa física, a inadimplência chegou a 8,3%, a mais elevada desde maio de 2002 (8,4%). No caso das empresas, de 2%, é a mais alta desde novembro de 2007 (2,2%).
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a inadimplência de janeiro é “razoável”, porque nessa época aumentam as dívidas das famílias por causa das despesas com as festas de final de ano, do pagamento de tributos e de matrículas escolares.
Lopes explicou ainda que esse resultado tem influência do crescimento da inadimplência nos financiamentos de carros. Segundo ele, as pessoas estão optando mais por leasing do que pelo crédito feito nos bancos. Mas, como os dados do Banco Central não incluem leasing, a inadimplência aumenta porque estão diminuindo as novas concessões nos financiamentos feitos pelos bancos.
“É uma carteira antiga. A probabilidade de inadimplência é maior. Quando é alimentada com novos empréstimos, a inadimplência cai”.
Para Lopes, a expectativa é de estabilidade na taxa de inadimplência, com redução quando for “regularizada” a liquidez (dinheiro disponível no mercado).
Apesar do aumento da inadimplência, as taxas de juros para pessoa física caíram. De acordo com Lopes, o motivo para isso é que as instuições financeiras repassaram para os clientes a redução do custo de captação e reduziram suas margens de lucros.
Em fevereiro, os juros continuaram a cair. Até o dia 11 deste mês, período com oito dias úteis, a taxa geral teve uma redução de 0,4 ponto percentual e ficou em 42% ano ano. A taxa para as pessoas físicas caiu 1,1 ponto percentual e chegou a 54% ao ano. No caso das empresas, com um aumento de 0,2 ponto percentual, a taxa ficou em 31,2% ao ano.
Invertia/A.Brasil